domingo, 26 de julho de 2015

Antes de se falar da teoria por si só, vamos conhecer um pouco do cientista que a fez ganhar voz: Howard Gardner

“Não deveria valer apenas a nota tirada na prova de matemática, 
mas o respeito pelo outro e o tipo de ser humano que nos revelamos” 
                                                          - Howard Gardner


Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norteamericano Howard Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas, divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de aprendizado já estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação, quando pesquisou as descobertas do suíço Jean Piaget (1896-1980). Por outro lado, a dedicação à música e às artes, que começou na infância, o levou a supor que as noções consagradas a respeito        
das aptidões intelectuais humanas eram 
parciais e insuficientes. 

A Teoria das Inteligências Múltiplas

O primeiro dos testes de sucesso escolar foi realizado e desenvolvido pelo psicólogo Alfred Binet em 1900. Este teste tinha por finalidade diagnosticar crianças retardadas e crianças normais. Após a primeira Guerra Mundial este teste foi aplicado nos soldados com a finalidade de diagnosticar a inteligência dos soldados. Com a propagação deste teste pensou-se que era possível medir quantitativamente a inteligência, mas de acordo com Gardner, autor da teoria das Inteligências Múltiplas: "a inteligência é (...) a capacidade de responder a itens em testes de inteligência". Os testes psicométricos consideram que existe uma inteligência geral, nos quais os seres humanos diferem uns dos outros, que é denominada g. Este g pode ser medido através da análise estatística dos resultados dos testes. É importante acrescentar que tal maneira de encarar a inteligência ainda hoje está presente no senso comum e mesmo em muitas parcelas do meio científico.

A escola perfeita de Gardner

Para Gardner o propósito da escola deveria ser o de desenvolver essas inteligências e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos de ocupação adequados ao seu espectro particular de inteligência. Gardner propõe uma escola centrada no indivíduo, voltada para um entendimento e desenvolvimento ótimos do perfil cognitivo do aluno.

A escola ideal de Gardner baseia-se em algumas suposições:

 • nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades, nem aprendem da mesma maneira.
 • ninguém pode aprender tudo o que há para ser aprendido.
 • a tarefa dos especialistas em avaliação seria a de tentar compreender as capacidades e interesses dos alunos de uma escola. 
• a tarefa do agente de currículo para o aluno seria a de ajudar a combinar os perfis, objetivos e interesses dos alunos a determinados currículos e determinados estilos de aprendizagem.
 • a tarefa do agente da escola-comunidade seria a de encontrar situações na comunidade determinadas pelas opções não disponíveis na escola, para as crianças que apresentam perfis cognitivos incomuns.
 • um novo conjunto de papéis para os educadores deveria ser construído para transformar essas visões em realidade. 
• Gardner passa a se preocupar com aquelas crianças que não brilham nos testes padronizados, e que, consequentemente, tendem a ser consideradas como não tendo nenhum tipo de talento. 

Para Gardner os professores seriam liberados para fazer aquilo que deviam fazer: ensinar o assunto de sua matéria, em seu estilo de ensino preferido. O professor-mestre faria a supervisão e a orientação dos professores inexperientes, procurando assegurar que a equação aluno-avaliação-currículo-comunidade estivesse adequadamente equilibrada. Para concretizarmos a escola centrada no aluno devemos resistir as enormes pressões atuais para a uniformidade e para as avaliações unidimensionais.  



As inteligências

Estabelecidos os critérios acima, a pesquisa identificou e descreveu sete tipos de inteligência nos seres humanos, e, no início da década de 1980, obteve grande eco no campo da educação. Posteriormente foram acrescentadas à lista original as inteligências de tipo "naturalista" e "existencial":

Lógico-matemática

A capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações, discernindo as suas relações e princípios subjacentes. Habilidade para raciocínio dedutivo e para solucionar problemas matemáticos. Cientistas possuem esta característica.

Linguística

Caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e pelas palavras e por um desejo em os explorar. É predominante em poetas, escritores, e linguistas, como T. S. Eliot, Noam Chomsky, J. R. R. Tolkien, W. H. Auden, Fernando Pessoa, Machado de Assis, Haruki Murakami, George R.R. Martin, entre outros.

Musical

Identificável pela habilidade para compor e executar padrões musicais, executando pedaços de ouvido, em termos de ritmo e timbre, mas também escutando-os e discernindo-os. Pode estar associada a outras inteligências, como a lingüística, espacial ou corporal-cinestésica. É predominante em compositores, maestros, músicos, críticos de música como por exemplo, Ludwig van Beethoven, Leonard Bernstein, Midori, John Coltrane, Mozart, Maria Callas.

Espacial

Expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com precisão, permitindo transformar, modificar percepções e recriar experiências visuais até mesmo sem estímulos físicos. É predominante em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, geógrafos, navegadores e jogadores de xadrez, como por exemplo Alexander von Humboldt,Michelangelo, Frank Lloyd Wright, Garry Kasparov, Louise Nevelson, Helen Frankenthaler, Oscar Niemeyer, Marco Polo.

Corporal-cinestésica

Traduz-se na maior capacidade de controlar e orquestrar movimentos do corpo. É predominante entre atores e aqueles que praticam a dança ou os esportes, como por exemplo Cristiano Ronaldo, Marcel Marceau, Martha Graham, Michael Jordan, Pelé, Eusébio, Messi, Sébastien Loeb.

Intrapessoal

Expressa na capacidade de se conhecer, é a mais rara inteligência sob domínio do ser humano pois está ligada a capacidade de neutralização dos vícios, entendimento de crenças, limites, preocupações, estilo de vida profissional, autocontrole e domínio dos causadores de estresse, entre outros diversos comandos de vida que permite a pessoa identificar hábitos inconscientes e transformá-los em atitudes conscientes.

Interpessoal

Expressa pela habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos, religiosos e professores, como por exemplo o Mahatma Gandhi e Adolf Hitler .

Naturalista

Traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos, fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas, animais, minerais, incluindo rochas e gramíneas e toda a variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes. É característica de biólogos, geólogos mateiros, por exemplo. São exemplos deste tipo de inteligência Charles Darwin, Rachel Carson, John James Audubon, Thomas Henry Huxley.

Existencial

Investigada no terreno ainda do "possível", carece de maiores evidências. Abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. Seria característica de líderes espirituais e de pensadores filosóficos como por exemplo Jean-Paul Sartre, Søren A. Kierkegaard, Frida Kahlo, Alvin Ailey, Margaret Mead, Bento XVI e o Dalai Lama.



Fontes: Homem de Mello
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quinta-feira, 23 de julho de 2015

On 15:31 by papa in , , ,    1 comment
É claro que na maioria das vezes precisamos da ciência, quase sempre ou sempre, vai depender de seu ponto de vista ao ler este post. É evidente que muitas pessoas têm dificuldades para obter informações sobre o método científico e as conquistas obtidas com ele. É incrível que dependamos tanto da ciência e que as pessoas tenham tão pouco conhecimento, ou o que é pior, tenham ideias erradas sobre ela.
Para tornar tudo mais difícil ainda, as ideias equivocadas que estas pessoas têm sobre ciência geralmente são reforçadas por falácias lógicas, ou erros na lógica dedutiva. Como se não bastasse tudo isto, ainda tem gente que se dedica a espalhar estes erros e falácias.

1. Falsa equivalência

8 falácias lógicas que alimentam os sentimentos anticiência (1)
Oferecer uma visão equilibrada é importante, mas isto não significa que todas as perspectivas sobre um assunto devem receber o mesmo tempo ou consideração. Esta é a falácia da equivalência: a afirmação de que há uma equivalência lógica entre dois argumentos opostos, quando na verdade não há nenhuma.
Este erro geralmente é cometido por jornalistas tentam apresentar um debate “equilibrado” entre um ponto de vista científico e outro negador da ciência (como no “debate” evolucionista/criacionista entre Bill Nye e Ken Ham). O mais comum é que o lado dissidente não tem evidências, ou apresenta evidências fracas ou de qualidade dúbia. De fato, nem sempre os dois lados de uma discussão estão em pé de igualdade em termos de qualidade e evidência.
Como foi apresentado no blog The Skeptical Raptor, “basta olhar uma apresentação em qualquer das mídias sobre a mudança climática antropogênica. Há um debatedor, geralmente um cientista, que está tentando apresentar dados sutis, contra um outro debatedor fotogênico, possivelmente um cientista (mas de um campo totalmente sem relação com estudos climáticos) que usa falácias lógicas e dados manipulados para apresentar seu argumento. E o espectador pensa que a comunidade geral de cientistas também está dividida entre cada lado do ‘debate’. Entretanto, um debate equilibrado de verdade teria que ter 97 cientistas defendendo a mudança climática causada pelo homem contra 2 ou 3 contra. Um periódico bem respeitado, com fator de impacto bastante alto, o Proceedings of the National Academy of Science, analisou a ciência da mudança climática e determinou que entre 97 a 98% dos pesquisadores em ciência climática aderem à tese de que o ser humano influenciou a mudança climática”.
O The Skeptical Raptor acrescenta que os negadores da ciência tentam criar a falsa equivalência através de vários métodos, a maioria deles falácias por si próprias, incluindo a alegação que a ciência é uma democracia, o apelo à autoridade, conspirações e “manufatrovérsia” (a manufatura ou invenção de controvérsias).

2. Apelo à natureza e a falácia naturalista

8 falácias lógicas que alimentam os sentimentos anticiência (2)
O apelo à natureza e a falácia naturalista tem causado um tremendo dano aos cientistas e seu trabalho. O apelo à natureza é a crença de que o que é natural é “bom” e “correto”, e a falácia naturalista é a dedução de que o que é naturalmente de uma forma, tem que ser aceito como regra.
Os dois têm sido usados para argumentar que o progresso da ciência e tecnologia representa uma ameaça à ordem natural das coisas. É uma linha de pensamento que proclama as maravilhas inerentes das coisas naturais e deplora as coisas não naturais como sendo perigosas e não saudáveis.
Esta convicção se baseia em uma ideia absurda de que as conquistas tecnológicas e científicas da humanidade acontecem fora da natureza, e que nossa atividade no universo serve só para perverter o equilíbrio e fluxo natural das coisas. Este sentimento tem alimentado preocupações e proibições, como as pesquisas biológicas básicas, ao mesmo tempo contribuindo para o surgimento de ideias pseudocientíficas como o Darwinismo Social.
O filósofo George E. Moore argumentou que é um erro tentar definir o conceito de “bom” em termos de alguma propriedade natural. David Hume apontou que há um salto entre “é” e “deve”. Mais ainda, é errado distanciar a humanidade e suas atividades de outros aspectos do universo. Nós estamos trabalhando dentro dele e de acordo com suas leis, nunca em violação delas. O que fazemos e o que produzimos é tão natural quanto todo o resto.

3. Observação seletiva

8 falácias lógicas que alimentam os sentimentos anticiência (3)
Muitos dos críticos da ciência, deliberada ou inconscientemente, selecionam e compartilham informações que servem para atacar certas alegações da ciência, ao mesmo tempo que ignoram as informações que dão base àquelas alegações.
Um exemplo que todo mundo já deve ter ouvido: “Meu avô fumou e comeu churrasco a vida toda, e nunca ficou doente” (e aí já temos outra falácia, a estatística com números pequenos). Ou então quem aponta circunstâncias favoráveis ao mesmo tempo que ignora as desfavoráveis (e vice-versa), como informar todos os vencedores de um cassino ao mesmo tempo ignorando os perdedores, ou reclamar que o crime está aumentando após ver o noticiário, mas ignorar estatísticas que apontam taxas decrescentes.
É o famoso caso da “evidência anedótica”: alguém tem uma história que supostamente contradiz alguma afirmação científica e de uma hora para outra aquele caso único tem mais peso que todos os trabalhos científicos na área.

4. Apelo à fé

8 falácias lógicas que alimentam os sentimentos anticiência (4)
“Não me interessam evidências – eu tenho fé que o que eu acredito é verdade”.
“Discutir sobre Deus é inútil por que Deus está além das razões científicas ou argumentos”.
“Eu me recuso acreditar em toda estas coisas de aquecimento global. Tenho fé que Deus não vai deixar uma coisa assim ruim acontecer conosco”.
Se você já ouviu alguma coisa parecida, você já ouviu o apelo à fé, uma falácia em que as convicções religiosas são contrapostas a razões e evidências. Apesar de muitas destas pessoas acharem que estão agindo de forma racional, a verdade é que a escolha em acreditar em alguma coisa não é substituto para a ciência.
Como o filósofo George M. Felis aponta, apelar para a fé não é só um erro lógico, mas também uma falha moral: “A razão para isto ser tão importante não é simplesmente que as pessoas que abraçam uma fé terão crenças mal-formadas. A razão não é normativa apenas no sentido mínimo que existem estruturas dentro das quais ela deve operar ou ela não é mais razão. Existe um componente ético na razão também, por que as crenças de alguém estão intimamente conectadas com as ações desta pessoa. Algumas destas crenças são por si normativas – crenças sobre o que é bom e correto sobre por que a vida é valiosa e por que e de que forma (veja os debates sobre aborto e eutanásia). E as crenças factuais também são importantes, uma vez que a forma que compreendemos o mundo em que agimos dão forma a cada ação nossa tanto quanto nossos valores e objetivos.
Se alguém desiste da razão na formação de suas crenças, também desiste da única forma de acesso à verdade que temos. Os humanos não têm uma capacidade de perceber e discernir imediatamente o que é verdade, da mesma forma que conseguimos discernir cores e formas (se contarmos com boa iluminação e boa visão). O mais perto que podemos chegar da verdade é justificar as nossas crenças. A fé declara que algumas crenças – as mais importantes, no centro de nossos mundos, que determinam como vemos outras coisas – não precisam ser justificadas”.
Em resumo, você pode acreditar que pode voar, mas isto não vai te libertar da tirania da gravidade.

5. Deus das Lacunas

8 falácias lógicas que alimentam os sentimentos anticiência (5)
A ciência não tem todas as respostas, nem finge ter. Não sabemos ainda como funciona a consciência, não sabemos o que causou o Big Bang, e ainda há lacunas no nosso conhecimento sobre como certos traços emergiram via seleção natural. Mas isto não quer dizer que nunca venhamos a saber isso. Mas enquanto não temos estas respostas, é importante reunir evidências, criar hipóteses e assumir o paradigma naturalista (ou seja, todos os fenômenos podem ser explicados sem precisar apelar para as ações de uma força divina).
Infelizmente, entretanto, há uma tendência entre os que querem desacreditar a ciência de preencher estas lacunas de nosso conhecimento com explicações supernaturais e metafísicas. Por exemplo, os criacionistas alegam com frequência que a seleção natural não pode explicar adequadamente a diversidade, complexidade (irredutível ou não) e o aparente projeto da vida na Terra. Da mesma forma, fenômenos neurológicos com as experiências de quase-morte ou experiências alucinatórias como uma presença remota geralmente são explicadas com o sobrenatural quando explicações mais simples são mais prováveis e plausíveis.
O matemático Charles A. Coulson escreveu em 1955:”Não há um ‘Deus das lacunas’ para assumir aqueles pontos estratégicos onde a ciência falha, e a razão é por que as lacunas deste tipo tem o hábito de encolher”, acrescentando que “ou Deus está em toda a Natureza, sem lacunas, ou ele não está nela de forma alguma”.

6. Apelo às consequências

8 falácias lógicas que alimentam os sentimentos anticiência (6)
O apelo às consequências pode se apresentar como um tipo de princípio de precaução, um aviso para não se meter em atividades ou empreitadas científicas que ameaçam causar danos (ou resultados indesejáveis) para a saúde humana ou para o ambiente, a partir de uma série de eventos imprevistos (que está relacionado a outra falácia, a do declive escorregadio). Em muitos casos, entretanto, o pessoal anticiência mistura as discussões sobre uma certa linha de investigação científica com supostas consequências morais e filosóficas.
Por exemplo, há um certo medo que a crença na evolução leve ao genocídio, ou que leve à opinião de que os humanos são apenas outro animal na floresta (ou seja, a negação do excepcionalismo humano). Outra preocupação comum é que o ateísmo ou o materialismo levem a uma vida imoral e insatisfatória.
Um outro bom exemplo vem do filme The Matrix, quando perguntam a Neo se ele acredita em destino e ele responde que não. Mas quando perguntado por quê, ele responde: “eu não gosto da ideia de que não estou no controle”. Neste exemplo, Neo não está se baseando em evidências, mas no lado desagradável de acreditar em destino.
Com certeza algumas linhas de pesquisa científica são mais perigosas que outras. Uma das pesquisas recentes envolvendo o vírus H5N1 da gripe aviária é um exemplo que não vale os riscos. Mas não é o método científico ou os cientistas que estão errados, mas a forma com que nos adaptamos ao novo conhecimento.

7. Retenção da anuência

“É apenas uma teoria”.
Não, algumas vezes não é só uma teoria. Quer dizer, os princípios científicos como a seleção natural e a relatividade geral são teorias, mas chega um ponto em que as explicações ou modelos se tornam tão instrutivos e tão úteis que começam a ser tratados como axiomas – uma declaração ou proposição que é tão bem embasada, aceita, ou auto-evidente que devemos deixar de reter nossa anuência, porque fazer diferente é simplesmente irracional.
Não quer dizer que devamos abandonar o ceticismo ou deixar de aperfeiçoar nossos axiomas, mas é importante reconhecer “teorias” úteis quando as encontramos e deixar de desacreditá-las quando se tornam inconvenientes.

8. Brincando de Deus

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Esta falácia é o corolário não-secular da falácia naturalista. Não é reconhecida como uma falácia lógica. É mais um erro na forma de pensar – a ideia que a humanidade não deve se meter onde é tradicionalmente o campo de ação da divindade, e que ao fazê-lo, estamos sendo arrogantes, imprudentes e desrespeitosos.
A preocupação é de que estejamos nos metendo a fazer coisas que estão além da nossa compreensão e controle e que o resultado é uma bagunça sem conserto. O risco é de deixar Deus furioso. As tentativas de impedir as pessoas de “brincar de Deus” são geralmente dirigidas a assuntos como controle da natalidade, aborto, eutanásia voluntária, engenharia genética e coleta de células-tronco embrionárias. No futuro, provavelmente vão dizer a mesma coisa de procedimentos de extensão radical da vida e geoengenharia.
Mas a resposta tem sido geralmente que, se não brincarmos de Deus, quem irá? Este era o ponto principal do Iluminismo europeu, e a ascensão do humanismo secular. Trabalhando com a suposição que Deus não existe (ou não interfere nos nossos assuntos), emergiu a opinião popular de que a humanidade tem a obrigação de cuidar de certos assuntos com as próprias mãos, se a intenção é realmente entender o mundo e torná-lo melhor. E, pelo uso da razão e do método científico, a humanidade tem uma chance de sucesso, ao invés de ficar à espera de alguma força sobrenatural. [io9]
Visto em: Ah Duvido