sábado, 10 de maio de 2014

Em breve o fundamentalismo religioso poderá ser tratado como doença mental
Kathleen Taylor, neurologista da Universidade de Oxford, disse que os desenvolvimentos recentes sugerem que em breve seremos capazes de tratar o fundamentalismo religioso e outras formas de crenças ideológicas potencialmente prejudiciais para a sociedade como uma forma de doença mental.

Ela fez essa afirmação durante uma palestra no Festival Literário Hay, que aconteceu no País de Gales, na última quarta-feira. De acordo com ela, as ideologias muito radicalizadas em breve poderão ser vistas não como uma escolha pessoal, feita com base no livre-arbítrio, mas sim como uma categoria de transtorno mental. Katheleen também disse que os novos estudos da neurociência poderiam considerar extremistas, por exemplo, os integrantes do Hamas (Movimento da Resistência Islâmica), como pessoas com doença mental, ao invés de criminosos.

Ela disse à The Times de Londres:

“Uma das surpresas pode ser a de ver pessoas com certas crenças como pessoas que podem receber tratamento médico por conta disso”.

Para Katheleen, o rótulo do que pode ser considerado “fundamentalismo” é um tanto abrangente, e pode ir além do que você imagina. “Eu não estou falando apenas dos candidatos óbvios, como o islamismo radical ou alguns cultos mais extremos. Estou falando sobre coisas como acreditar que bater nos filhos é normal. Essas crenças também são perigosas, mas normalmente não são categorizadas como doença mental”, afirma.

A questão se torna complicada na hora de classificar e rotular coisas como o fundamentalismo. Afinal, o que é ser “fundamentalista”? Outra dificuldade é estabelecer um limite entre o que pode ser considerado uma escolha, consciente e feita com base no livre-arbítrio, e o resultado de uma lavagem cerebral, que pode ser diagnosticada como doença mental.

Do ponto de vista da mente ocidental, por exemplo, a tendência para equiparar “fundamentalismo” exclusivamente com o islamismo radical é muito tentadora, principalmente por conta do teor das notícias que estamos acostumados a ler sobre o que acontece no Oriente Médio. Mas fica a reflexão: quão menos “fundamentalista” que um Osama Bin Laden é uma nação capitalista que bombardeia impunemente regiões civis e urbanas de países como Laos, Camboja e Coreia do Norte?

A obsessão do jihadista de defender sua visão de mundo ideológico islâmico que o leva a perpetrar e justificar tais atos bárbaros como o assassinato Woolwich, são da mesma natureza que a obsessão evangélica de espalhar a ideologia pseudo-religiosa do capitalismo, que levou a tais crimes horrendos como o assassinato de centenas de milhares de civis em quatro anos de operações de bombardeio por parte da administração Nixon pego em uma espécie de paranóia anti-comunista.

O poder de controlar a mente tenderá muito rapidamente para ser usado como arma contra os nossos inimigos jihadistas justificando as ações igualmente irracionais e prejudiciais da “política externa”.

Alguns analistas são, portanto, convencidos de que os neurocientistas irão adotar uma abordagem paroquial e, portanto, em última instância, contraproducente se eles insistem em identificar determinados sistemas de crenças característicos de adversários ideológicos como o assunto principal para a manipulação terapêutica.

Em uma escala muito maior, e potencialmente mais frutífera, está o reconhecimento de que todo o domínio das crenças religiosas, convicções políticas e fervor nacionalista patriótico poderiam ser considerados não só perigosos, mas uma ferramenta de manipulação em massa.

“Todos nós mudamos nossas crenças. Todos nós persuadimos uns aos outros para fazer certas coisas. Todos nós assistimos publicidade. Todos nós somos educados e temos experiências com religiões. E a lavagem cerebral, se você deixar, é o extremo disso. É forte, é coerciva, e é como um tipo de tortura psicológica”, declara Katheleen.

Assista o vídeo onde Katheleen fala sobre o assunto e me diga o que você acha sobre!



Traduzido do Digital Journal / via Hypescience/AhDuvido

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