sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Dizer que a Warner/DC manda no segmento de animações é chover no molhado. Enquanto a Marvel patina e apenas de vez em quando acerta (acho o desenho dos Vingadores divertido e devo ser um dos poucos fãs da animação Wolverine e os X-Men), a DC com suas animações direto para vídeo ou com seus desenhos animados em serie mantém uma qualidade alta de texto e de animação.
Claro que trabalhos como o seminal X-Men, que fez toda uma geração conhecer e gostar dos mutantes da Marvel tem sua importância, mas foi há vinte anos com o surgimento do brilhante Batman Animated Series que a DC/Warner começou seu domínio sobre as animações seriadas. Seguiu-se ao clássico, o bem sucedido Superman Animated Series que guardava o mesmo estilo visual de seu antecessor, e o aplicava a mitologia do escoteiro da América.
Porém, considero Liga da Justiça e sua sequência Liga da Justiça Sem Limites o ápice técnico e criativo da equipe de Bruce Timm. Ali estão unidos a técnica de animação e os ótimos roteiros sempre embalados – em sua primeira fase – em episódios duplos intensos e, em geral, bastante divertidos. E quando a série expandiu seu conceito agregando um panteão enorme de personagens coadjuvantes da editora, o nível não caiu, dando a chance do espectador em conhecer alguns heróis desconhecidos para o público que não tinha tanto conhecimento de hqs e dar a chance de vermos as versões animadas de caras como o Questão, Arqueiro Verde (que depois ganhou seu curta metragem), Gladiador Dourado, Canário Negro entre muitos outros.
Esse guia não relata todos os episódios da série, mas dá uma geral nos momentos mais interessantes, destacando aqueles mais criativos, originais, intensos ou divertidos.
[nota do editor: antes de mais nada, a épica abertura da "Liga da Justiça" (ainda com alguns limites, sacou a piadinha? Sacou? Ah, deixa pra lá.]
1ª Temporada
Origens
O veterano de animações Rich Fogel (de series variadas como Muppet Babies, Smurfs, Ursinhos Gummi, Batman, Superman, Batman do Futuro entre outros) conta sua história de origem para essa versão da Liga da Justiça, criando uma invasão alienígena que força os maiores heróis da Terra a se unirem. Nessa versão, Superman, Batman, Flash, Lanterna Verde e Mulher Gavião já são heróis estabelecidos, e vemos o surgimento da Mulher-Maravilha e do Caçador de Marte, que assim como em outras versões quadrinhisticas é mantido preso pelos militares e precisa ser encontrado pela Liga, numa clara alusão aos mitos da área 51 e afins. Desde o primeiro episódio ficam claros os papéis de cada um dos heróis na trama. Enquanto Batman é o líder estratégico, Superman é a cola que junta todos os heróis, o Lanterna de John Stewart é um sujeito mal-humorado que precisa re-encontrar sua humanidade, a Mulher-Gavião é uma estranha em um mundo novo, assim como a Mulher-Maravilha que se vê envolvida nas piadinhas do Flash, o alívio cômico da equipe.
O Caçador de Marte serve como equilíbrio mental do time, muitas vezes servindo como líder natural, já que o Batman raramente funciona na série como membro efetivo. A trama em si é razoável, embora não seja nada original, mas tem momentos de boa ação e um drama sutil quando o controle mental do Caçador de Marte é encerrado e ele (spoiler) vê sua família sumir repentinamente de seu convívio. Longe de ser um dos melhores episódios da série, entra na lista por ser a origem de tudo, apresentando as motivações para a criação de uma força tarefa para defesa do planeta. Tem ainda a participação especial de Snapper Carr – na origem da Liga, Snapper Carr era o jovem adolescente que chegou a ser adotado como mascote pela equipe. Aqui ele surge (e em outros episódios) como um repórter de TV.
The Enemy Below
Dan Riba dirige a primeira das poucas aparições do Aquaman na animação da Liga. Um dos fundadores da equipe nos quadrinhos, o rei da Atlântida ficou de fora do desenho, muito por causa de sua baixa popularidade e das constantes piadinhas referentes às habilidades do personagem, causadas principalmente, pelo antigo desenho Superamigos. Talvez por isso, é que a versão do personagem na animação seja a “cabeluda”, que durante os anos noventa substituiu o tradicional penteado loiro e camiseta laranja. Parecendo mais um viking, o Aquaman nesse episódio é um verdadeiro bad-ass. A trama gira em torno de um submarino que afunda próximo a Atlântida e que tem sua tripulação em perigo.
Após um acordo, a Liga recebe o aval de Aquaman para resgatar os tripulantes, mas desde que a carga – ogivas nucleares – seja deixada. Cabeça quente como só ele, Stewart (o Lanterna Verde mais chato do universo) resolve voltar ao submarino e descobre que as ogivas foram roubadas. Depois disso, Aquaman decide ir à superfície e discursar perante a ONU, pedindo o reconhecimento de seu reino como nação. Quando sai, sofre um atentado e seu reino acaba usurpado. Apesar de derivativo – atentado, traição, reviravolta, inimigo que se torna aliado – é divertido ver a tentativa da DC/Warner (anos antes do hype em cima do personagem) em transformar o Aquaman em uma real ameaça ao mundo, um sujeito que precisa ser contido.
Melhor momento: Vemos o motivo para – assim como nessa fase dos quadrinhos – Aquaman ter um gancho no lugar de uma de suas mãos. Confesso que não li os quadrinhos, mas acho a solução encontrada pela animação (de novo, não sei se é a mesma dos quadrinhos) intensa, tornando-se o primeiro momento “adulto” da animação da Liga.
War World
Stan Berkowitz escreve sobre o seqüestro do Caçador de Marte e do Superman para servirem como atrações em uma arena “romana” intergaláctica, onde criaturas de todo o universo lutam até a morte. Uma vez lá, Superman torna-se o campeão e acaba liderando uma revolta contra Mongo, o ditador do Planeta Arena.
Esse é um dos muitos episódios focados em alguns membros da Liga. Nesse o foco é a nobreza e o “escoteirismo” típico do Azulão, que se vê usado como peão em combates escravos. Novamente, nenhuma grande novidade em termos narrativos, mas muito bem realizada. O grande destaque do episódio é o personagem Draaga, o atual campeão do torneio que é um bárbaro com sentido de honra e nobreza. No segundo episódio, uma vez destituído e lançado ao infinito após a derrota de Superman, retorna com sede de vingança contra Mongo. O personagem é carismático e rouba a cena.
Melhor momento: a surra homérica que Draaga aplica ao ditador Mongo.
Legends
Andrew Kreisberg homenageia a era de prata com seu episódio que coloca o Caçador de Marte, o Lanterna Verde, Flash e a Mulher-Gavião em uma dimensão paralela, que emula os anos cinquenta em uma tipica cidadezinha americana. Por lá, quem defende a população é a Guilda da Justiça, formada pelo Homem Gato (uma versão do Batman), Green Guardsman (Lanterna Verde genérico), Tom Turbina (o Flash) e a Black Siren (que seria contraparte da Mulher-Maravilha, embora seu visual seja muito parecido com o da Canário Negro). Os inimigos são igualmente hilários como o Mestre da Música, Dr. Geada e The Sportsman, todos homenagens à era de ouro e prata dos quadrinhos.
Não à toa, o episódio é dedicado a Gardner Fox co-criador da Liga e da Sociedade da Justiça nos quadrinhos. Além disso, a trama é intrigante, transformando uma “simples” transferência de dimensões em um plano nefasto criado por um vilão dos mais bizarros (e que lembra o Cerebelo do desenho do Freakazoid). As homenagens, somadas a uma trama divertida, fazem desse episódio um dos mais legais de toda a primeira fase da Liga.
Melhor momento: a revelação sobre a realidade daquele mundo de sonho/pesadelo.
Injustice for All
A trama começa de forma chocante quando Lex Luthor depois de preso pelo Superman, é diagnosticado com uma doença crônica e incurável devido a sua constante exposição à kriptonita. Uma vez na cadeia cria um laço de amizade com um dos vilões mais divertidos da Liga, o Humanóide, uma criatura simiesca, incrivelmente inteligente que mediante a um pagamento exorbitante, ajuda Luthor a fugir. Uma vez solto, Luthor monta a primeira “Legião do Mal” que tem como objetivo a aniquilação da Liga (como todo vilão megalomaníaco). Essa equipe é formada pelo próprio Luthor, Humanóide, Cheetah, Cobra, Solomon Grundy, O Mestre das Sombras e a Safira Estrela. A equipe consegue capturar o Batman, enquanto o Humanóide cria o famigerado traje verde de Luthor “imortalizado” nos quadrinhos. O mais divertido, no entanto é quando Coringa, o maior vilão da DC, surge em tela tentando a todo custo matar seu arquiinimigo, sendo impedido a todo custo por todos. Basicamente o Coringa quer dizer: “caras, vamos matar esse sujeito, por que EU SEI que ele vai dar um jeito de nos ferrar”.
Focado em Luthor e em sua equipe, o episódio é recheado de momentos hilariantes, principalmente envolvendo o humor sádico do Coringa e a lerdeza de Solomon Grundy. Outro destaque é que este é o primeiro episódio onde a genialidade do Batman é mostrada de forma direta. Mesmo preso, o morcego consegue reverter à situação a seu favor, criar a discórdia entre os vilões, apresentar um traidor e se dar bem. Além disso, o final do episódio é impagável, com a revelação do traidor e as consequências da traição para Lex Luthor.
Melhor momento: a brilhante revelação do traidor da equipe de Luthor e seu pagamento.
The Savage Time – Season Finale
Se até então a Liga não tinha um episódio clássico, daqueles criativos, divertidos e principalmente emocionantes consegue aqui nos três episódios de Savage Time. Nele, o espectador é apresentado à uma realidade alternativa, onde Vandal Savage é o ditador supremo da Terra. Quando voltavam de uma missão no espaço, a formação da Liga (sem o Batman) é atingida por um pulso espacial. Sem maiores danos, a nave da equipe desce ao planeta, para encontrá-lo completamente modificado, sob comando de Savage. Uma vez lá, descobrem que ela é dominada desde a segunda Guerra mundial. Com ajuda do Batman dessa versão alternativa, encontram o foco do pulso que modificou a realidade, e que também serve como máquina do tempo, levando os heróis de volta ao principio de tudo, a segunda Guerra Mundial.
Ideia sensacional e que acaba servindo como introdução do vilão mais perigoso da Liga, o imortal Vandal Savage, que substitui Hitler como Fuhrer da Alemanha Nazista. Além disso, é uma forma criativa da animação homenagear heróis da editora publicados (ou que tiveram seu início) durante a 2ª Guerra, como o Sargento Rock, Steve Trevor e os Falcões Negros. A história se divide em três subtramas. Caçador de Marte, Mulher-Gavião e Superman indo atrás de Savage em Berlim, o Lanterna Verde, sem os poderes de seu anel fazendo parte da Companhia Moleza do Sargento Rock (numa espécie de conto de moralidade, onde John Stewart tem de aprender que seu valor é maior do que o anel que usa) e o mais tocante das tramas que envolve a Mulher-Maravilha e Steve Trevor, ambos atrás de um cientista que é a chave para a tecnologia futurista de Savage.
Esse terceiro arco tem um desfecho futuro dos mais belos em toda a serie e que funciona perfeitamente como epílogo para o episódio. Cheio de reviravoltas e boa ação é a primeira obra prima da serie, sendo inclusive exibida por aqui em formato “filme” reunindo os três episódios.
Melhor momento: o epílogo do episódio com o encontro de um envelhecido Steve Trevor e seu “anjo”, personificado pela Mulher-Maravilha.
2ª Temporada
Tabula Rasa
Lex Luthor depois de perder mais uma vez para a Liga, decide recorrer ao professor Ivo, o cientista que havia criado seu traje especial. Porém, encontra um humanóide que é usado por Luthor para enfrentar a Liga, graças a sua habilidade de copiar os poderes dos integrantes da mesma.
Em uma trama simples, a graça desse episódio é perceber a genialidade do maior e mais sensacional dos personagens da DC, o Batman, que mesmo sem super poderes consegue elaborar um plano que em vez de derrotar Amazo, e com ajuda do Caçador de Marte mostra a verdade sobre Lex Luthor. Amazo decide então abandonar a Terra e ir rumo ao espaço em busca de conhecimento (ET Bilu feelings).
Melhor momento: a batalha, realmente bem construída e que faz o espectador temer pelo destino da Liga, contra o perigoso Amazo.
Only a Dream
John Dee é um simples preso que tem planos ambiciosos, e sonha em se tornar um grande vilão. Quando se envolve em uma experiência científica mal sucedida dentro da cadeia, ganha poderes para colocar a consciência de toda a humanidade dentro de um mundo de sonhos e pesadelos criado por ele.
O personagem John Dee foi criado no início dos anos sessenta para os quadrinhos da Liga da Justiça e seu grande momento aconteceu na fantástica serie Sandman, quando Dee possuía o rubi que guardava parte do poder de Morpheus, lorde dos Sonhos. Na animação, Dee é completamente diferente e está longe de ser tão poderoso, mas após a experiência, ganha importância assustadora e cria realidades cruéis para cada um dos membros da Liga. Novamente, cabe ao Batman (olha ele aí de novo) o fardo de não pegar no sono e enfrentar o inimigo. A revelação dos pesadelos dos heróis da Liga é sensacional, passando por um Superman monstruoso e sem controle sobre sua força, um Flash que corre tão rápido que o resto do mundo fica estático, enquanto a Mulher Gavião enfrenta sua fobia de lugares fechados e o Lanterna Verde, o medo de todos ao seu redor. A solução encontrada pelo morcego e o final macabro, no melhor estilo Freddy Kruger é excelente.
Melhor momento: Batman tentando enfrentar o sono. Ele ouve música alta, quebra o vidro do Batmóvel e na mais impagável das cenas, para em uma cafeteria e pede um cafezinho.
Hearts and Minds
Centrado no Lanterna Verde é mais uma mostra do quão errada foi a abordagem dada pela Warner ao filme produzido em 2011. Focando-se em uma trama em que Killowog (de longe o Lanterna mais bacana) é possivelmente o único sobrevivente de um ataque sofrido pela tropa, a historia faz o personagem viajar até a Terra em busca de John Stewart para uma tentativa de salvamento de sua antiga mentora, a bela (padrões de desenho) Katma. No caminho acaba se envolvendo no estranho culto a Despero, um dos vilões mais clássicos da DC nos anos 80 (não faço ideia do que acontece com personagem nos quadrinhos hoje, ok?). Como disse no início, esse episódio daria um filme bem bacana. Longe de ser perfeito, afinal falamos de uma animação seriada com limite claro de tempo de duração, mas com ideias muito boas, como a do passado de John Stewart, o ciúme provocado entre o Lanterna e a Mulher Gavião, o clima de “algo não resolvido” entre Stewart e sua mentora, a presença soturna e maquiavélica de Despero, uma versão de quadrinhos de um desses profetas malucos e a resolução épica e grandiloquente.
Melhor momento: Killowog na Terra levando uma surra da zeladora do prédio de John Stewart quando, ao lado do fanfarrão do Flash, vasculham a casa atrás da bateria do Lanterna.
Eclipsed
Esse é o caso em que a história paralela é mais bacana que a narrativa principal. Em primeiro plano temos um objeto místico que guarda o espírito de uma antiga civilização e que é acidentalmente libertada, causando o caos no mundo, uma verdadeira ameaça apocalíptica. Uma ideia bastante óbvia, que ainda acrescenta um outro clichê do gênero: os heróis tomados pelo mal. O único que se livra da influência maligna é o Flash, o herói mais surtado do desenho. E não é a toa que a história paralela encontra fôlego no personagem, já que ele foca em Gordon Dodfrey, um apresentador de TV que persegue a Liga da Justiça e que tem em Flash e sua completa falta de noção um alvo fácil para suas investidas.
A aparição do empresário do Flash, que usa sua popularidade para faturar uma boa grana também é muito boa. No geral a história apesar de óbvia tem momentos de tensão bem interessantes no segundo dos dois episódios e comédia da boa quando Flash tenta passar uma imagem de seriedade.
Melhor momento: Flash como garoto propaganda na TV.
The Terror Beyond
Solomon Grundy, clássico vilão da DC, está atacando um porto e surpreendentemente é salvo pela versão bad ass do Aquaman e acaba entrando em conflito com a Liga. Tudo acaba se revelando um plano do senhor da Atlântida em parceria com o misterioso Sr. Destino, que precisam usar Grundy como chave para impedirem a invasão da Terra de uma força maligna, profundamente inspirada nos escritos de H.P Lovercraft.
Episódios bem bacanas, escritos pelo saudoso Dwayne McDuffie, que misturam horror (padrão PG 13 no máximo amigos), com diversos coadjuvantes inesperados (Aquaman, sempre sumido), Sr. Destino na primeira aparição do personagem no desenho e Solomon Grundy que tem seu passado revelado e uma justificativa para seu visual zumbificado e atitudes estranhíssimas. Tocante e com final absolutamente emocionante é um dos grandes episódios da história da serie. Se você for mais sensível, capaz de se emocionar.
Melhor momento: (SPOILER GIGANTE) A “morte” de Grundy, que pede para ser sacrificado quando descobre que não passava de uma espécie de zumbi. Sua despedida ao lado da Mulher-Gavião é emocionante.
Hereafter
Um grupo de inimigos clássicos do Superman (Mestre dos Brinquedos, Kalibak, Livewire, Metallo, Mago Invernal) se reúne para derrotar o Azulão de uma vez por todas. Em meio a uma ferrenha batalha, ele acaba sendo atingido por um raio e desaparece. Dado por morto por todos (menos o Batman, por que enfim, ele é o Batman) tem direito a enterro e todos os cortejos e procedimentos padrão. No entanto ele não morre, mas acaba sendo enviado para um futuro absolutamente distópico onde os seres humanos foram exterminados. Em um misto de sobrevivência e desespero para encontrar alguém, acaba seguindo um sinal de rádio misterioso que o leva até o único sobrevivente da Terra: Vandal Savage.
Esse é meu episódio favorito de toda essa primeira fase da Liga. Além de conter doses cavalares de emoção (Mulher-Maravilha em frangalhos segurando o Mestre dos Brinquedos é impressionante; Batman praticamente convencido da morte de Superman declarando seu respeito e amizade pelo azulão em frente ao monumento erguido em homenagem ao azulão), tem uma historia inteligente que brinca de forma simples com o conceito de viagem no tempo, já que uma vez que não existe nenhum Superman para impedir a destruição do planeta, ninguém conseguiu aplacar a fúria de Savage (SPOILER) em seu plano de destruir a humanidade.
A grande virada – ainda mais positiva – acontece no segundo episódio quando Superman encontra Savage e esse revela sem mágoa sua participação no extermínio dos humanos. E o faz com um conformismo típico de alguém que sabe seus erros, mas que se cansou de martirizar-se e tenta de alguma forma se manter são e principalmente expurgar seus pecados. Isso acaba formando uma aliança insólita entre o mais poderoso dos heróis e o mais cruel dos vilões em busca de uma solução para a presença de Superman no futuro e para seu retorno aos nossos dias. Savage quer que ele o impeça de destruir o planeta e isso causa um paralelo bastante emocional, entre um vilão arrependido que quer que seu maior inimigo volte no tempo para impedi-lo de ser bem sucedido, o que certamente apagará essa versão “bondosa” de Savage da existência. Contando com boas sequências de ação, como as que mostram o Superman sobrevivendo no futuro inóspito (transformando-se numa versão em animação do Náufrago de Tom Hanks) e uma hilariante aparição do putardo favorito de todos nós, o Lobo, como um improvável substituto do Superman na Liga, é um dos maiores episódios de animação seriada da história.
Melhor momento: (SPOILER GIGANTE) Savage sentando no que outrora fora o centro de Metropolis, vendo aos poucos vultos se transformarem em pessoas reais, o que indica que o Superman o impediu de concretizar seus planos. Um sorriso sincero se abre e ele apenas diz: Obrigado, velho amigo. ÉPICO!.
Wild Cards
Finalmente um episódio focado no maior vilão da DC, o palhaço mais amado dos quadrinhos: o Coringa. Em uma trama tomada de humor negro e de um trabalho de voz estupendo, acompanhamos o plano mirabolante do palhaço do crime. Após comprar um horário na TV, Coringa convoca a Liga da Justiça para desarmar uma série de bombas espalhadas por Las Vegas. O mais divertido dos episódios é que em quase todo o tempo nossa perspectiva das ações perpetradas pelo Coringa vem do próprio, graças a suas câmeras e narrações em off, que são transmitidas para todo o mundo. Outro detalhe sensacional é um timer que acompanha o episódio marcando o tempo faltante para a explosão das bombas.
Apesar de ainda ter tempo para incluir uma subtrama sobre garotos com poderes extra sensoriais usados pelo Coringa para atrapalhar o trabalho dos heróis é o humor do palhaço que rouba a cena. Mesmo assim é inegável que a participação da personagem As (nada mais óbvio para uma trama com o Coringa, que ele esconda um “ás na manga”), uma personagem dotada de poderes assustadores e que não consegue ser vencida pela Liga, o que a faz ainda mais perigosa.
Melhor momento: Os muitos momentos de insanidade causados pelo assustador poder da Ás.
Comfort and Joy
Pensei muito em apontar esse episódio em nossa lista, mas eu gosto de episódios focados nos personagens, às vezes até mais do que em apenas sequências de ação. Comfort and Joy é um especial de Natal. Simples assim. Bastante piegas até, exaltando alguns valores típicos da época do ano, mas que aqui são divertidos e funcionam bem. São três mini-histórias que começam depois que a Liga ajuda a salvar um planeta em crise. Percebendo-se da proximidade do Natal, os membros se dividem para passar as festividades. Enquanto Batman (como sempre) decide ficar sozinho e a Mulher-Maravilha decide visitar sua mãe, acompanhamos o Flash servindo de papai Noel da garotada em Central City e o casal Mulher Gavião e Lanterna Verde aproveitam à diversão terrena e posteriormente uma briga de bar intergaláctica no que ela entende como diversão descompromissada. Na terceira mini-história, vemos Superman e o Caçador de Marte passando o Natal em Smalville.
Todas as historinhas, digamos assim, tem bons momentos, embora a do casal Lanterna e Mulher-Gavião seja a mais fraca. A do Flash é perfeita para a personalidade do herói, e envolve um brinquedo que as crianças de um orfanato querem (um pato rapper bizarro que faz barulhos exóticos) e a do Super, vale muito pela óbvia questão de um alienígena (sim, o Superman também é, mas ele foi criado na Terra) encontrando o sentido do Natal.
Melhor momento: o Humanóide com uma cartola de Lincoln, “tunando” o pato rapper bizarro.
Starcrossed
O famoso “filme” da Liga da Justiça que encerra a serie (com esse nome) é grandioso e poderia sim, ser adaptado para um longa metragem real. Começa com uma missão de segurança da Liga em Washington, interrompida pelo surgimento de uma nave cruzando o céu que é facilmente abatida por outra, que se revela pertencer aos Thanagarianos, a espécie da Mulher-Gavião. Os Thanagarianos dizem que vieram em paz na tentativa de auxiliar os humanos contra a chegada de uma ameaça. Claro que (adivinhem quem) essa conversa não é bem aceita por todos e uma investigação começa. Aos poucos vamos descobrindo o plano por trás daquele carnaval todo e a real razão para a chegada da Mulher-Gavião na Terra, e mais, seu caso de amor antigo com o líder da incursão. NOVELA FEELINGS! Isso abala a paixão de John Stewart e a bela (finalmente vemos seu rosto com alguma frequência) Shayera Hall, ao mesmo tempo em que sua posição como traidora da Liga é descoberta. No fundo os Thanagarianos querem usar a Terra como desvio cósmico militar para que possam enfrentar seus inimigos e vencerem. Ou seja, adeus Terra e obrigado pelos peixes.
Divido em ótimos três episódios, balanceados e com espaço igual para o desenvolvimento de personagens e da ação, é melhor do que todo o Lanterna Verde, Mulher-Gato, Batmans do Schumacher e o Superman Returns juntos (o que eu sei, não é grande coisa, mas enfim, essa é uma animação seriada com vinte minutos por episódio e não uma super produção). As reviravoltas e plot twists pipocam pela tela, incluindo a descoberta do plano, Shayera como traidora, a revelação das identidades secretas dos heróis (coisa que não acontecera até então na série) uns para os outros, uma furtiva visita a Mansão Wayne e um plano de ataque global bastante tenso com mais uma prova do porque o Batman é o maior herói do mundo. Além disso, o lado “humano” não é deixado de lado, com uma resolução em aberto, agridoce e comovente, que abre muitas possibilidades para a vindoura Liga da Justiça sem Limites (tema do próximo post).
Melhor momento: o encerramento da serie, tocante e romântico.
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