quarta-feira, 16 de outubro de 2013

On 17:44 by papa in , ,    No comments
SHOT_004_AW1051_DR_335-750x473
Em uma entrevista que o ator Daniel Radcliffe (Harry Potter e Mulher de Preto) fez à revista Flaunt, contou sobre a cena de sexo que terá em seu mais recente filme, Kill Your Darlings. Nele, interpreta um poeta gay, Allen Ginsberg, em 1944.
Essa tal entrevista foi publicada no dia 11 de Outubro e só virou polêmica hoje, dia 16. Ela na verdade é longa e não é somente sobre uma cena erótica, mas sim, sobre Radcliffe e sua evolução na carreira. Porém, ela foi publicada por aí apenas com uma parte traduzida. E, claro, a textos e suas interpretações. Se você entende inglês, pode conferi-la na íntegra no próprio site da Flaunt, clicando aqui.
A entrevista é uma narrativa que conta o encontro do jornalista com Daniel. Primeiro ele o questiona se ele compartilha qualquer tipo de ponto de vista com o seu personagem, Ginsberg. Com isso, eles começam a conversar sobre o escritor e a experiência de interpretá-lo. Radcliffe, em certo ponto, chega a dizer algo bem interessante:
Acho que dá a ideia de que autores não precisam ser essas pessoas “cérebro” que se trancam e se isolam dentro de seus quartos, que a criatividade gera criatividade. O mais conectado você é com o mundo a sua volta, o mais provável que você será criativo e inspirado por ele (…) Identidade [de alguém] está em fluxo; sua identidade não é uma ideia fixa que você passa pela vida… É praticamente aquela coisa famosa de ‘pinte o que você vê, não o que pensa que vê’.
Depois de mais algumas trocas de ideias que duram parágrafos de texto, o entrevistador John-Paul Pryor acaba perguntando sobre como é se tranformar em um jovem gay e apaixonado. E é aí que Daniel expressa seu apoio aos homossexuais: “Não acho que haja qualquer diferença entre a forma como alguém se apaixona. Pessoas expressam o amor de diferentes maneiras, de pessoa para pessoa, mas não é algo relacionado a sexo ou sexualidade. A única diferença foi obviamente a cena de sexo, é claro…”
É assim que ele nos conta sobre o que tanto andam fazendo polêmica, após uma interpretação equivocada.
Eu fui guiado pelo diretor. Ele ficava me dizendo o que eu deveria sentir em cada cena. Basicamente, sexo gay, especialmente pela primeira vez, é muito dolorosa [N/T: Aqui ele faz referência sobre o que o diretor disse que ele devia sentir. A dor.] E Krokidas [o diretor] disse que nunca viu isso ser bem representado no cinema. Ele queria que parecesse uma cena auténtica de perda de virgindade“.
Intrigado, John-Paul Pryor escreve: “Há algo engraçado em escutar o jovem bruxo discutir sobre filmar sexo anal, mas deixando sorrisos tortos de lado, sugiro que essa cena em particular foi mais que uma perda de virgindade; foi uma reviravolta psicológica na vida de um homem que radicalmente desafiou o status quo com cada fibra de seu corpo.” Ele fala sobre a intensidade do personagem Ginsberg em comparação ao pequeno Harry Potter, a mudança de Radcliffe em partir de um papel inocente a um adulto – pessoas com histórias que divergem.
Assim, Daniel continua: “A transformação sobre o papel não foi interpretar um personagem tão famoso ou que teve tanta influência na sociedade. Foi mais sobre tentar encontrar a sua própria voz, e descobrir quem você é. É normalmente uma jornada horrível e dolorosa, e precisa ser – ela envolve ter o coração partido ou falhar em algo que você quer ter sucesso. Essas eram coisas importantes para se passar, e foi isso que me atraiu em fazer o papel“.
Desse modo, eles já começam a conversar sobre as experiências anteriores do ator como no musical How To Succeed In Business Without Really Trying. Radcliffe conta que fazer um musical por onze meses mudou algo nele. Então o entrevistador dá sua opinião ao dizer que Daniel amadureceu e que as filmagens fizeram com que ele mudasse seu ponto de vista sobre o mundo. Nenhuma mais pergunta sobre o sexo, nenhum alarde feito internacionalmente sobre a cena de sexo ter sido gravada, e nada sobre uma virgindade literal ter sido perdida.
Kill Your Darlings estreia dia 14 de Fevereiro de 2014.

0 comentários:

Postar um comentário