sábado, 26 de outubro de 2013

On 02:24 by papa in ,    No comments
O ano era 1997 e o meu pai acordou de extremo bom humor. Dez reais pra cada filho ir até a banca de jornal comprar o que quiser. Na época, essa pequena fortuna me valeu uma revista dessas de games que vem com um CD de 500 jogos, entre demos e completos. O tema da revista era "jogos de corrida", mas um jogo muito especial logo nas primeiras páginas me chamou atenção: Grand Theft Auto, em português algo como "Grande Roubo de Carros" (a expressão faz menção ao termo jurídico em inglês para roubo de veículos). A revista alertava que o jogo não era exatamente "de corrida", mas a velocidade fazia parte dos requisitos para ter êxito. E um aviso bem nítido aos pais: durante o jogo o personagem cometia crimes terríveis além de roubar coisas, como tráficar drogas, chacinar pessoas na rua e explodir prédios. Foi amor à primeira jogada.
E não é que o tal jogo iria conquistar não só o meu eu pré-adolescente de 1997, mas milhões de gamers em todo mundo? Não só pelo aspecto subversivo do tema, mas pela proposta revolucionária de jogabilidade, em que você poderia simplesmente se recusar a fazer as missões oficiais e obter o seu entretenimento explorando (e tocando o terror, claro) o cenário do jogo, uma representação quase fiel de cidades americanas famosas.
Em 2001, a Rockstar, fabricante do polêmico jogo, revolucionou o mercado mais uma vez conseguindo prover gráficos tridimensionais e jogabilidade ainda mais revolucionária à série em Grand Theft Auto III. Na seqüência, lançamentos como "Vice City" e "San Andreas" confirmaram o sucesso estrondoso e reforçaram as polêmicas morais envolvendo o jogo. Dez anos depois, em 2011, veio o lançamento de GTA IV, com mais um salto tecnológico e novo alastro global. Até chegarmos ao mais recente lançamento, Grand Theft Auto V, uma produção primorosa com orçamento estimado em mais de 137 milhões de dólares e que arrecadou nada menos do que 800 milhões apenas no dia do lançamento.
Mas será que o ser humano é tão ruim por natureza que só essa índole duvidosa seria capaz de explicar a preferência por um jogo marginal? Para aqueles que poderiam pensar assim, começamos nossa catequização lá onde esse reboliço começou, o primeiro trailer do jogo lançado no começo desse ano:

Já em julho de 2013, foi lançado uma prévia um pouco mais completa do que viria a ser o jogo, neste gameplay oficial em português:

Outra novidade que arrebatou corações foi o anúncio de que o jogo viria com um modomultiplayer completo para jogar online com outras pessoas:

E quando se aproximou o lançamento oficial em setembro, queixos despencaram com onovo trailer oficial de GTA V:

Com tanta expectativa, o jogo virou imediatamente objeto de desejo de 9 entre 10 jovens, bem refletido na reação desse garoto de 11 anos ao ganhar de presente:

Só que se os novos estão excitadíssimos com a parada, o mesmo talvez não se possa dizer dos mais velhos, ainda incapazes de compreender como uma promoção de atrocidades virtuais pode ser tão popular:

Apesar de não ter tido muita afinidade com o joystick, o comediante americano Conan O'Brien mostra suas primeiras impressões do novo jogo:

Imediatamente, como ocorre com tudo que faz esse sucesso mundial, começaram a aparecer os primeiros vídeos satirizando o game. Pra começar, sacanearam aspossibilidades mágicas do telefone celular no jogo:

Esta outra especula como seria se GTA V fosse lançado para Kinect, plataforma que dispensa o uso de joysticks:

E foi tanta emoção que teve gente que acabou tendo que se expressar através de ummusical:

Mas vamos abandonar essas coisas de lado e mostrar o que realmente interessa aos jogadores num jogo como esse: a possibilidade de sair dando porrada em todo mundo pela rua!

Já que estamos além da fronteira da legalidade, o uso de drogas também é retratado no jogo:

Nem mesmo o Facebook e seu criador Mark Zuckerberg foram poupados. No jogo existe uma grande rede social provida pela empresa de tecnologia de nome sugestivo "LifeInvader", com várias referências à empresa real e a possibilidade de assassinar seu fundador (desejo oculto de boa parte do planeta):

O problema é que o jogo oferece tantas possibilidades interativas até para tarefas simples do cotidiano como trocar um pneu de carro e tomar banho, que o excesso de realismo corre o risco de ficar chato:

A verdade é que milhões de pessoas estão cometendo os piores crimes neste exato momento, e felizmente boa parte delas apenas no mundo virtual de GTA. Nos próximos dias pode esperar mais gente ainda se rendendo ao lançamento da Rockstar e, claro, muitos outros vídeos bombando na internet com o tema!
MISSION COMPLETE.

Via: Red Bull

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