terça-feira, 5 de novembro de 2013

Não, não é Chernobyl. Também não é Fukushima. A cidade mais radioativa do mundo fica na Rússia, entre os Montes Urais e a alguns quilômetros da fronteira com o Cazaquistão. O nome do inferno? Ozyorsk.
Ozyorsk é tão radioativo, mas tão radioativo, que se você der uma voltinha lá, morre em algumas horas. O lugar tem muita história e não é a toa que hoje é inabitável. Na década de 1940, a cidade foi sede de um centro de produção de material nuclear, que foi mantido em segredo até 1990. A função desse centro era extrair o Urânio-238 encontrado nas montanhas da região e enviar para a fabricação de armas. Em 1948, o primeiro reator começou a funcionar, convertendo urânio em plutônio.
A produção era uma beleza, mas algum gênio decidiu descartar o lixo nuclear no rio da região. O rio Techa, que abastecia cerca de 40 cidades e vilas da região, foi completamente contaminado. Em pouco tempo, isso resultou em 21% de aumento na incidência de câncer, 25% de aumento nos problemas no nascimento e 41% de aumento nos casos de leucemia em toda a região. O rio emitia 25% da radioatividade liberada na região durante um ano inteiro!
Se fosse só isso, já seria um desastre. Mas, em 1957, a explosão de um tanque resultou na dispersão de 50 a 100 toneladas de matéria de alto nível radioativo. Em 1968, os lagos contaminados da região sofreram um período de estiagem e o vento acabou dispersando a poeira radioativa que estava depositada nos leitos, atingindo milhares de pessoas. Finalmente, em 1990, cientistas descobriram que a taxa de radiação emitida pelo lago era suficiente para matar uma pessoa em uma hora.
A situação hoje está “controlada”. Parte dos lagos foram preenchidas com concreto, mas nada que diminua o sofrimento dos que ainda moram lá. Aliás, é uma boa pergunta: qual o sentido de morar nesse lugar?

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