quarta-feira, 12 de junho de 2013

Nascer, crescer, reproduzir e morrer – eis o ciclo da vida, o qual todos estamos fadados a enfrentar. Morrer, a ultima etapa do ciclo – que não é bem um ciclo se observar do ponto de vista de um indíviduo, já que ninguém retorna – , mostra que já nascemos com data de validade. Não importa quem você seja ou qual a sua intenção para o futuro, quando a Morte bate na sua porta, nada mais pode ser feito…. ou pelo menos, era para ser assim! Existe uma saída, um artíficio para evitar você desse encontro indesejado: a imortalidade. Porém, quem entre nós, humanos, conseguiu atingir a imortalidade? Talvez, ninguém. Talvez. Esse post fala sobre a Imortalidade e as maneiras que conhecemos de tentar alcançá-la. Para você que estava com saudades dos megapost’s, confira:

Imortalidade – Conceito


imortalidade (ou vida eterna) é o conceito de viver em uma forma física – ou espiritual, todavia não iremos tratar dessa vertente no post.

Como a imortalidade é a negação da mortalidade, não morrer ou não ser sujeito à morte tem sido objeto de fascínio pela humanidade, pelo menos desde o início da História. A Epopeia de Gilgamesh, uma das primeiras obras literárias, que remonta a meados do século XXII a.C., é essencialmente a busca de um herói pela imortalidade

Não se sabe se a imortalidade física humana é uma condição possível. Formas biológicas têm limitações inerentes, que podem ou não ser capazes de serem superadas através de intervenções médicas ou técnicas.

Alguns cientistas, futurólogos e filósofos, como Ray Kurzweil, defendem que a imortalidade é possível em humanos nas primeiras décadas do século XXI, enquanto outros defensores acreditam que o prolongamento da vida é uma meta mais viável a um futuro indefinido, com mais avanços da ciência, medicina e tecnologia. Aubrey de Grey, um pesquisador que desenvolveu uma série de estratégias de rejuvenescimento biomédicos para inverter o envelhecimento humano (chamado SENS), acredita que sua proposta de plano para acabar com o envelhecimento pode ser implementável em duas ou três décadas. A ausência de envelhecimento proporcionaria seres humanos a imortalidade biológica, mas não invulnerabilidade à morte por lesão física: de acordo com dados estatísticos de 2002, as probabilidades de um indivíduo morrer de tal modo estão uma vez em cada mil e setecentos anos.

A vida eterna também pode ser definida como uma existência atemporal, que também não se sabe ao certo a ser exequível, ou mesmo definível, apesar de milênios de argumentos para a eternidade. Wittgenstein, em especial tem uma interpretação não teológica da vida eterna, escreve no Tractatus que,

“Se não definirmos a eternidade como infinita duração temporal, mas intemporalidade, então a vida eterna pertence àqueles que vivem no presente.”

Possibilidades – Os casos na Natureza




Isso pode soar estranho mas a Mãe Natureza não é contra a Imortalidade, inclusive, ela concedeu esse privilégio à algumas espécies.

Turritopsis nutricula

Essa água viva, chamada Turritopsis nutricula (vamos chamá-la de Tut) simplesmente não consegue morrer de causas naturais. Sua capacidade de regeneração é tão alta que ela só pode morrer se for completamente destroçada.

Como a maioria das águas-vivas, a Tut passa por dois estágios: a fase de pólipo, ou fase imatura, e a fase medusa, na qual pode se reproduzir de forma assexuada.

A expectativa de vida de uma água viva comum é de algumas horas (para as menores espécies) ou de alguns meses e, muito raramente, anos (para as maiores). Como a Tut, com seus 5 milímetros de comprimento, consegue trapacear esse sistema?

Na verdade a Tut consegue se transformar de medusa de volta para pólipo, revertendo ao seu estado imaturo, como uma verdadeira fênix aquática.

Originária do Caribe, ela está se espalhando pelos mares tropicais, através da água de lastro que os navios soltam depois de longas viagens. Mas não precisa se preocupar com uma invasão de águas vivas imortais que se reproduzirão loucamente e povoarão os sete mares – elas estão longe de serem invencíveis.

Na fase de pólipo elas são bem vulneráveis e tem muitos predadores. Apesar disso elas ainda são o único animal no planeta que consegue voltar para seu estágio imaturo e “começar sua jornada” novamente.

Sebates aleutianus, Emydoidea blandingii e a Chrysemys picta

 O Sebates aleutianus, um peixe do Pacífico conhecido como rockfish, e de duas espécies de tartaruga, a Emydoidea blandingii e a Chrysemys picta (ambas da América do Norte). Esse segundo grupo tem o que a ciência chama de “envelhecimento desprezível”. Suas células ficam sempre jovens, por motivos que a ciência ainda quer descobrir.

Planárias Highlander

Pesquisadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, demonstraram como uma espécie de verme supera o processo de envelhecimento para ser potencialmente imortal.

A descoberta pode abrir possibilidades de atenuar características das células humanas relacionadas com a idade e o envelhecimento.

As planárias têm surpreendido os cientistas por sua capacidade aparentemente ilimitada para se regenerar.

“Estamos estudando dois tipos de planárias: aquelas que se reproduzem sexualmente, como nós, e aquelas que se reproduzem assexuadamente, simplesmente dividindo-se em duas. Ambas parecem se regenerar indefinidamente, crescendo novos músculos, pele, vísceras e até mesmo o cérebro inteiro,” diz o Dr. Aziz Aboobaker coordenador da pesquisa.
“Normalmente, quando as células-tronco  se dividem – para curar ferimentos, ou durante a reprodução ou o crescimento - elas começam a mostrar sinais de envelhecimento. Isto significa que as células-tronco não são mais capazes de se dividir e assim tornam-se menos capaz de substituir as células especializadas dos tecidos de nossos corpos.
“O envelhecimento da nossa pele é talvez o exemplo mais visível desse efeito. As planárias e suas células-tronco são de alguma forma capazes de evitar o processo de envelhecimento e para manter as células em divisão,” completa.

Causas da Morte

Por definição, todas as causas da morte deve ser superados ou evitados para a imortalidade física ser alcançada. Há três principais causas de morte: o envelhecimento, doenças e lesões

Envelhecimento

Aubrey de Grey, um investigador principal no campo,define o envelhecimento como sendo: “um conjunto de alterações acumulativas da estrutura molecular e celular de um organismo adulto, que resultam em processos metabólicos essenciais, mas que também, uma vez que o progresso avança, cada vez mais vai perturbar o metabolismo, resultando em patologias e consequentemente na morte. “As causas do envelhecimento da população atual em seres humanos são a perda de células (sem substituição), mutações nucleares e epimutações, senescência celular, mutações mitocondriais, agregados lisossomal, agregados extracelulares, troca extracelular aleatória, tudo levando o declínio do sistema imunológico, e as alterações endócrinas.

Eliminando o envelhecimento, seria necessário encontrar uma solução para cada uma dessas causas, um programa de Grey para resolver esses problemas se chama engenharia da senescência insignificante.

Doenças

As doenças podem, teoricamente, serem ultrapassadas através da tecnologia.A compreensão da genética humana está levando a curas e tratamentos de inúmeras doenças, antes incuráveis. Os mecanismos pelos quais as doenças atuam são cada vez melhor compreendidos. Métodos sofisticados de detecção precoce de doenças estão sendo desenvolvidos. Medicina preventiva esta avançada atualmente. Doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer poderão em breve serem curadas com o uso de células-tronco. Avanços em biologia celular e da investigação dos telômeros estão levando a tratamentos para o cancro. As vacinas estão sendo pesquisadas para a Aids e a tuberculose. Genes associados à diabetes tipo 1 e certos tipos de câncer têm sido descobertos permitindo novas terapias para serem desenvolvidos. Dispositivos artificiais ligados diretamente ao sistema nervoso podem restaurar a vista aos cegos. Drogas estão sendo desenvolvidas para o tratamento de inúmeras outras doenças e enfermidades.

Lesões

Lesões físicas permaneceriam como uma ameaça à vida física permanente, mesmo que os problemas do envelhecimento e da doença forem superados, como uma pessoa de outra maneira imortal, ainda estaria sujeita a acidentes imprevistos ou catástrofes. Idealmente, os métodos para alcançar a imortalidade física poderia reduzir o risco de deparar com um acidente. Tomar medidas preventivas pela engenharia para aumentar a resistência humana pode ser plausível no futuro.

A velocidade e a qualidade da resposta de paramédicos continua a ser um fator determinante na sobrevivência de qualquer pessoa em um acidente grave.Ainda se pode desenvolver um método em que o corpo poderia automaticamente regenerar-se de um acidente grave, como é especulado na nanotecnologia.

Sendo a sede da consciência, o cérebro não pode ser arriscado por uma lesão. Por isso, não pode ser substituído ou reparado da mesma forma que os outros órgãos podem. Um método de transferência de consciência seria necessário para que um indivíduo viesse a sobreviver a um acidente, e essa transferência teria de provavelmente antecipar a morte cerebral.

Não há nenhuma limitação lógica ou matemática do grau de redução gradual dos riscos da morte,mas não se pode provar que a morte por eventos imprevistos, como acidentes, seria absolutamente “zerada”, assim as chances de se morrer ainda seriam maiores do que zero por cento. Entretanto ainda não sabemos onde os avanços podem chegar.

O principal vilão: o envelhecimento, como ocorre?




Ainda que conheçamos metódos para evitar lesões ou curar lesões e doenças, o homem desconhece como evitar o envelhecimento. Você lida com ele todos os dias mas provavelmente nunca parou para pensar “o que é envelhecer?”.

O envelhecimento do organismo como um todo está relacionado com o fato das células somáticas do corpo irem morrendo uma após outra e não serem substituídas por novas como acontece na juventude. O motivo é que para a substituição poder acontecer as células somática têm de se ir dividindo para criarem cópias que vão ocupar o lugar deixado vago pelas que morrem.

Em virtude das multiplas divisões celulares que a célula individual resista ao longo do tempo, para esse efeito, o telómero (extensão de DNA que serve para a sua proteção ) vai diminuindo até que chega a um limite crítico de comprimento, ponto em que a célula deixa de se poder dividir envelhece e morre com a conseqüente diminuição do número de células do organismo, das funções dos tecidos, orgãos, do próprio organismo e o aparecimento das chamadas doenças da velhice e não só.

Existe uma enzima natural (telomerase) em todos os organismos vivos que está encarregada de proceder à manutenção dos telómeros. Por cada divisão da célula acrescenta a parte do telómero que se perde em virtude da mesma, de modo que o telómero não diminui e a célula pode-se dividir sempre que precisa. O que acontece é que ela faz essa função unicamente nas células germinativas fazendo com que estas sejam permanentemente jovens independentemente do organismo ser já velho. Devia fazer o mesmo nas células somáticas do organismo, mas, isso não acontece.

As células somáticas têm o gene da telomerase mas não a produzem pois, este não está ativado. Atualmente a ciência já consegue ativar a telómerase e criar células saudáveis imortais. Revistas científicas como a Science (1998) já trouxeram artigos sobre este assunto.

O envelhecimento pode ser entendido como a consequência da passagem do tempo ou como o processo cronológico pelo qual um indivíduo se torna mais velho. Esta tradicional definição tem sido desafiada pela sua simplicidade.

No caso dos seres vivos relaciona-se com a diminuição da reserva funcional, com a diminuição da resistência às agressões e com o aumento do risco de morte. Rosangela Machado postula que no ser humano caracteriza-se por um processo biopsicossocial de transformações, ocorridas ao longo da existência, suscitando diminuição progressiva de eficiência de funções orgânicas (biológica), criação de novo papel social que poderá ser positivo ou negativo de acordo com os valores sociais e culturais do grupo ao qual o idoso pertence (socio-cultural); e pelos aspectos psiquicos vistos tanto pela sociedade quanto pelo próprio idoso (psicológico).

Inicialmente foi postulado que o envelhecimento do ser humano seria o processo de deterioração dos sistemas com o tempo, permitindo assim a existência de filosofias “antienvelhecimento” (onde velho é tão bom quanto novo, ou mesmo potencialmente igual ao novo) e mesmo de intervenções designadas a reparar ou impedir o envelhecimento.

Senescência

Em biologia, “senescência” é o processo natural de envelhecimento ou o conjunto de fenômenos associados a este processo. Este conceito se opõe à senilidade, também denominado envelhecimento patológico, e que é entendido como os danos à saúde associados com o tempo, porém causados por doenças ou maus hábitos de saúde.

“Envelhecimento ou senescência celular” é o fenômeno em que células isoladas demonstram uma habilidade limitada de se dividirem em um meio de cultura, bem como as alterações bioquímicas – elucidadas ou não – associadas a esta limitação.

“Senescência orgânica” é o envelhecimento do organismo como um todo, ligado, entre outros fenômenos, ao envelhecimento celular. O envelhecimento do organismo é geralmente caracterizado pela diminuição da capacidade de responder a desafios à função orgânica. Estes desafios em geral oneram a capacidade funcional de nossos órgãos e sistemas, que diminui com o passar dos anos. 

De forma interessante, em indivíduos jovens e saudáveis, esta capacidade funcional se encontra muito além do necessário para o quotidiano, de forma que existe uma denomidada reserva funcional; o envelhecimento fisiológico ou normal pode também ser entendido como uma diminuição progressiva desta reserva funcional, de forma a diminuir a capacidade de resposta a desafios. Esta diminuição na capacidade de manter a homeostase do organismo tem sido denominada homeostenose e está ligada a riscos progressivamente maiores de doença ou perda da capacidade funcional. Por esta razão, a morte é a conseqüência final do envelhecimento, mas vale notar que a diminuição das reservas funcionais em seres humanos é lenta e progressiva, sendo compatíveis com a vida saudável em idades tão avançadas como a dos centenários. É o stress adicional das doenças (especialmente as doenças crônicas) e dos maus hábitos de vida (como tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, obesidade e outros) o grande vilão para a saúde do idoso: ao atingirem negativamente uma reserva funcional já normalmente diminuída em relação ao jovem que estas causam insuficiências orgânicas em idades menos avançadas.

Alguns pesquisadores trataram no passado o envelhecimento como mais uma doença. No entanto, esta visão está cada vez menos arraigada nos meios científicos, à medida que a presença deste fenômeno se demostra em praticamente todos os seres vivos e a genética demonstra estar relacionada pelo menos em grande parte ao mesmo.

Alguns fatores podem aumentar a velocidade do envelhecimento, como por exemplo, a reação alérgica.

As três frentes do envelhecimento

Um dos cientistas que mais botam fé nessa ideia é o britânico Aubrey de Grey, gerontologista da Universidade de Cambridge. Ao menos parte do que sabemos sobre a biologia do envelhecimento está do lado de Grey. Ao contrário do que se vê em relação ao crescimento e à maturação, que é um processo programado pelos genes, o envelhecimento parece ser o acúmulo de erros aleatórios no organismo, minando a capacidade do corpo de se consertar, até que ele finalmente acaba dando pau.

“É por isso que temos de adotar uma estratégia de dividir e conquistar”, argumenta Grey. Ele explica que, quando somos jovens, o corpo consegue contrabalançar os erros que se acumulam com processos naturais de “conserto”. “Em vez de tentar impedir que tais danos surjam, coisa que seria muito mais complicada, temos de fazer com que as mudanças continuem sendo inofensivas”, afirma.

Considerando que os danos se acumulam em 3 frentes distintas – no nível das células, que não se dividem mais, no das proteínas, que se acumulam como se fossem “lixo tóxico”, e no do DNA, que sofre mutações indesejadas -, Grey propõe um tipo de ataque diferente para cada inimigo. No caso do “esgotamento” de células indispensáveis, as famosas células-tronco, capazes de assumir a função de qualquer tecido do organismo, poderiam servir como peças de reposição. Vírus modificados fariam um passeio pelo DNA, consertando o material genético quando houvesse falhas. 
E bactérias especializadas ficariam encarregadas de navegar pelo organismo e digerir restos proteicos tóxicos.

O que os vencedores do Nobel dizem a respeito?

Aconteceu em outubro de 2009. Três pesquisadores americanos ganharam o Prêmio Nobel de Medicina e US$ 466 mil, cada um, por terem começado a decifrar por que nossas células envelhecem. A chave está numa palavra: telômeros.”O processo de envelhecimento é complexo e depende de vários fatores. Os telômeros são um deles”, declarou a Fundação Nobel, ao anunciar o prêmio.

Pra quem não se lembra das aulas de biologia, aqui vai a cola: telômeros são os fragmentos da ponta dos nossos cromossomos, como tampinhas que os protegem. Quando uma célula se divide, essa tampinha tende a ficar menor – e a célula, a se deteriorar. O processo, repetido a cada divisão celular, faz com que ela envelheça. Ou melhor: que você envelheça.

Mas em células cancerosas isso não acontece: elas se dividem sem sofrer danos. Por quê? Graças a uma enzima que estimula a construção do telômero, a telomerase. Segundo os vencedores do Nobel, a telomerase trabalha mais nas células cancerosas do que em outras, e as protege. Basicamente, é essa enzima que torna o câncer tão poderoso.

Apesar de premiada só agora pelo Nobel, a descoberta é dos anos 80. E fez os cientistas pensar que a telomerase poderia prolongar nossa vida deixando células saudáveis tão resistentes quanto as cancerígenas. A pesquisadora Maria Blasco, do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas da Espanha, testou a hipótese com ratinhos. No seu estudo, ratos com mais telomerase nas células viveram até 50% mais do que os outros. Mas apresentaram mais tumores – acabavam morrendo de câncer. Em 2008, a equipe de Blasco conseguiu controlar a difusão das células cancerígenas, o que abriu espaço para a possibilidade de estudos com humanos.

“Se pensarmos num aumento semelhante de expectativa de vida para pessoas, isso significaria morrer entre os 115 e os 120 anos”, diz a pesquisadora.
Ótimo. Mas calma lá: por que só até 120 anos, e não por toda a eternidade? É que, como o pessoal do Nobel disse, o envelhecimento é complexo. A telomerase ajudaria a aniquilar uma causa desse processo. Mas precisaríamos de armas diferentes para combater outras ameaças.

Lembra de como o corpo é parecido com um carro? Para que seu possante fique sempre em ordem, você o abastece regularmente com combustível, troca as peças, conserta as batidas… Não que ele vá ficar com cheirinho de novo, mas continuará rodando pra sempre se fizermos manutenção. No corpo, vale a mesma regra: cada iniciativa já proposta pela ciência para prolongar a vida só garante alguns quilômetros a mais se usada sozinha. Para chegar à imortalidade de fato, precisaremos é de um serviço completo, que ofereça todo tipo de reparo de que nosso corpo necessita.

Cronologia da Luta contra a Morte


1000

Nada de limpeza ou dieta: o pessoal compartilhava as casas com animais e comia a valer, numa dieta de pães, queijos e cerveja.

1675

O cientista holandês Antony van Leeuwenhoek descobre uma das maiores causas de mortes da época: as bactérias. Mas só no século 19 é que se descobriu a relação delas com nossas doenças.

1785

Morre a primeira pessoa registrada como a mais velha do mundo: o norueguês Eilif Philipsen, com 102 anos.

1796

Testes com o que seria considerada a primeira vacina. O médico inglês Edward Jenner percebe que uma pessoa contaminada pela varíola bovina – forma mais branda da doença – não pegaria a humana. Na época, 40% dos infectados pela doença não sobreviviam.

1850-1885

Louis Pasteur desenvolve a pasteurização, que elimina micróbios dos alimentos.

1854

Descoberta de que uma epidemia de cólera em Londres foi causada por água contaminada. É o primeiro passo para o desenvolvimento dos sistemas de saneamento, um grandes motivo para o aumento da expectativa de vida no século 20.

1895

Criação do raio X, que permitiria diagnósticos mais precisos de doenças como tuberculose.

1900

O homem só prolongou sua vida média em 7 anos desde o ano 1000, por ainda ser um novato em questões de higiene e saneamento. (Só no fim do século 19, por exemplo, prova-se que médicos deveriam lavar as mãos com cloro antes de fazer um parto.)

1928

Aos 113 anos, morre a americana Delina Filkins, que manteve o recorde de mulher mais velha do mundo até 1955. Ela viveu toda a vida dentro de um raio de 16 quilômetros da fazenda em que nasceu.

1929

Alexander Fleming descobre a penicilina, 1º antibiótico do mundo. Começaria a ser ministrada em pessoas 10 anos depois.

1953

Os cientistas James Watson (americano) e Francis Crick (inglês) publicam um artigo sobre a estrutura em espiral do DNA, que ajuda a entender a herança genética.

1997

Aos 122 anos, morre a francesa Jeanne Louise Calment, a pessoa que mais viveu no mundo até hoje. Louise andou de bicicleta até os 100 anos e morou sozinha até os 110. Dizia que azeite na comida, vinho e chocolate a ajudaram a viver mais.

2003

Conclusão do mapeamento genético humano, o que poderá permitir a identificação de genes causadores de doenças.

2008

Recorde na quantidade de pessoas com mais de 110 anos no mundo: 92 supercentenários. Em 1990, eram 28 pessoas. Em 1980, 11.

2010

Expectativa de vida: 68 anos. A japonesa Kama Chinen é atualmente a pessoa mais velha do mundo, com 114 anos.

2015-2020

O mundo terá mais idosos (acima de 65 anos) do que crianças pela primeira vez.

2040

Estimativa de 1,3 bilhão de pessoas com mais de 65 anos – eram 506 milhões em 2008.

Maneiras de Alcançar a Imortalidade

“A única certeza da vida é a morte”, diz o ditado …. que pode estar redondamente enganado! A imortalidade pode ser alcançada não por um, mais por vários caminhos. Infelizmente ainda há muita resistência no meio científico para o estudo e pesquisa do tema. Os recursos são geralmente voltados para pesquisas fechadas, de interesse de empresas ou corporações, na maioria, do setor farmaceútico.

Listamos aqui umas das principais vias ainda em estudo para atingir a imortalidade, veja:

Injeção de células-troncos, pílulas da fome e antioxidantes

Começando pelo básico: renovar o combustível. O geneticista britânico Aubrey de Grey, da Universidade de Cambridge, propõe que façamos isso com células-tronco. Injetadas periodicamente em nosso corpo, elas poderiam assumir o papel das células mortas e daquelas danificadas pelo processo natural de divisão celular. Como as células-tronco têm a capacidade de formar novos tecidos e órgãos, elas funcionariam como um remedinho, tomado de tempos em tempos no consultório do médico, para evitar e aniquilar doenças. 

“Faríamos um transplante periódico, e as células-tronco seriam iguais às originais de nosso corpo, só que novas em folha”, afirma De Grey. Resultado: teríamos órgãos jovens para sempre.

Não é algo tão distante da realidade. Células-tronco já são usadas na pesquisa de tratamento para doenças como diabetes e esclerose múltipla. O próprio Brasil tem bons resultados. No Centro de Terapia Celular, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, o pâncreas dos voluntários ao tratamento para diabetes voltou a fabricar insulina. E os pacientes deixaram de depender de injeções diárias.

Mas teríamos também de consertar os arranhões que levamos durante a vida. Como os causados pela comida. Não só fritura e carne vermelha, mas comida em geral. É que passar fome – acredite – faz todos nós viver mais.

Está provado desde os anos 30, quando a Universidade Cornell demonstrou que ratos submetidos a uma dieta 30% menor chegam a viver 40% mais. É um processo conhecido como restrição calórica, explicado por uma questão evolutiva. Sempre que o homem passou por momentos de escassez de alimentos na história, os mais adaptados às condições difíceis sobreviveram. A principal teoria é de que, quando passamos fome, nossas células entram num estado de alerta para otimizar os recursos que têm, como proteínas. “É como se o corpo tentasse se proteger do risco”, diz Randy Strong, farmacólogo da Universidade do Texas. Mas, não, ninguém vai ter de viver a pão e água por 300 anos. O que a ciência quer fazer é simular essa esperteza que o corpo adquire quando a fome aperta.

Dentro de 5 anos, já vai dar pra comprar “fome em pílulas” nas farmácias. É o que promete o laboratório Sirtris Pharmaceutical, se tudo correr bem com os testes de um novo remédio que a empresa vem desenvolvendo, baseado no resveratrol. O resveratrol é uma substância encontrada em alguns tipos de uvas (como a pinot noir) que imita a situação de restrição calórica no nosso corpo, de acordo com estudos do médico australiano David Sinclair, pesquisador da Harvard Medical School e cofundador da Sirtris. Na uva, a substância existe em concentrações muito baixas. O trabalho dos pesquisadores é colocar a maior quantidade possível em pequenas pílulas, que serão vendidas com uma grife da indústria farmacêutica: o nome da britânica GlaxoSmithKline, que pagou US$ 720 milhões em 2008 para comprar o Sirtris e virar dona da pesquisa.

As pílulas são a primeira droga contra o envelhecimento testada em humanos. Idosos diabéticos estão recebendo o medicamento, e a expectativa é de que a doença seja curada. Se tudo der certo, as pílulas poderão nos dar cerca de 10 anos extras de vida. O mesmo bônus de vida que cientistas prometem com a rapamicina. Usada contra alguns tipos de câncer e para suprimir o sistema imunológico de quem passa por um transplante, a droga agora é vista como um novo simulador de “fome”. Em ratos, conseguiu prolongar a vida em 30%. Promete ser um concorrente do resveratrol no futuro mercado de restrição calórica.

Mas comida é só um dos fatores que geram danos ao nosso corpo: até respirar faz mal. É que o oxigênio é um dos mais potentes radicais livres, como são chamadas as moléculas que circulam pelo nosso corpo com elétrons instáveis, prontos para roubar elétrons de outras moléculas. Quando os radicais livres conseguem fazer o roubo, as células atacadas ficam danificadas. Envelhecem. É como se tivessem sido tomadas por ferrugem. Até temos um antídoto contra isso: nós produzimos antioxidantes que nos defendem. O problema é que, com o tempo, essa produção cai e ficamos vulneráveis. Até porque sofremos um bombardeio de radicais livres, como o que vem dos alimentos e do ar.

Se conseguirmos fortalecer as ligações químicas e evitar a ação dos radicais livres, dá para evitar que as células envelheçam. É a tese do cientista russo Mikhail Shchepinov, fundador da Retrotope, companhia que pesquisa o assunto. O que ele sugere é que nos alimentemos com comida ou bebida “enriquecida”, ou seja, com moléculas resistentes aos radicais livres que já estiverem no nosso corpo. Água, por exemplo, é um alvo fácil para os radicais – eles quebram a ligação entre os átomos de hidrogênio e o de oxigênio. A molécula de água absorvida pelas células acaba danificada. Por isso, Shchepinov toma, todos os dias, um golinho de uma água diferente – a fórmula dela não é H20, e sim D20. Ao contrário do hidrogênio (H), o deutério (D) tem uma ligação forte com o oxigênio – e mais resistente aos roubos. Segundo o pesquisador, cada gole combate o envelhecimento. Falta saber o quanto podemos tomar sem provocar efeitos tóxicos no corpo.

São só os primeiros passos rumo à imortalidade. Pra vencer a morte, muitos cientistas acreditam que nos transformaremos em máquinas mesmo. Do tipo que troca porcas e parafusos sempre que dá pau.

Ciborgologia – de humanos à ciborgues

De uma forma, já vivemos essa realidade. Basta pensar no marca-passo. Mas o que se espera para o futuro é mais sofisticado: produção em massa de órgãos. A Escola de Medicina da Universidade de Wake Forest, nos EUA, está criando bexigas artificiais. Quer dizer, naturais, mas cultivadas fora do corpo. São feitas a partir de células da bexiga que será substituída. E ficam prontas em dois meses.

O autor dessa pesquisa é o médico peruano Anthony Atala. Em 2004, quando era pesquisador de Harvard (hoje é professor e diretor do Instituto de Medicina Regenerativa da Universidade de Wake Forest), Atala começou a “cultivar tecidos”. Em um prato, fez as células se dividir até conseguir um tecido de proporções gigantescas. Aí criou um molde de uma bexiga. Nele, colocou células da própria bexiga na parte interior e células musculares na exterior, fazendo com que elas crescessem. Deu certo. Dois anos depois foi feito o primeiro transplante, em uma criança. A equipe dele passou a fazer tentativas com outros tecidos e já obteve sucesso com cartilagem e veias.

Para consertos menores, outra solução: um exército de robôs-médicos dentro de nosso corpo para arrumar qualquer defeito. Já existem experimentos na Rice University, nos EUA. Pesquisadores criaram estrututuras microscópicas, pequenas cápsulas, capazes de levar remédio pela corrente sanguínea até células cancerígenas. E sem afetar as sadias.

Esses nanorrobôs podem ter o tamanho de células humanas, ou ser ainda menores. Eles se espalhariam pela corrente sanguínea, limpando nossas artérias muito antes de elas chegarem perto de entupir. Vão também ser capazes de destruir vírus, bactérias, células cancerígenas antes que nosso corpo sofra qualquer dano. Funcionariam como novas pecinhas, responsáveis pela faxina no organismo.
“Em duas décadas, os nanorrobôs vão fazer as mesmas funções que as nossas células ou tecidos, mas com uma precisão infinitamente maior”, escreveu o futurologista americano Ray Kurzweil, no livro Transcend, lançado em 2009. (Kurzweil não é qualquer um: previu, nos anos 80, o que seria a internet hoje.)
Se isso parece futurista demais, veja o que está sendo preparado para o cérebro. O neurocientista Anders Sandberg, da Universidade de Oxford, quer fazer um download dos nossos pensamentos. O cérebro seria transformado em um software, com todas as habilidades da versão original.”O programa faria a função de alguma área danificada ou poderia ampliar nossa capacidade de aprendizado e memória.” Para isso, será preciso conhecer exatamente o funcionamento de nossa cabeça. E Sandberg pretende fatiar um cérebro em micropedaços para descobrir a função de cada um.
Com esse arsenal já em produção, estamos no caminho para a imortalidade do corpo e da mente. Será o fim de uma das maiores buscas do homem. E a primeira era de um novo mundo – no qual a morte deixará de cumprir seu papel.

Aí, vencer a morte terá sido só a primeira etapa. A imortalidade trará mudanças profundas na forma pela qual nos relacionamos com a família, com o trabalho e até com nós mesmos. Hoje a longevidade da população já é um dos maiores problemas do planeta em termos de espaço, empregos e previdência – a população de centenários deve chegar a 2,2 milhões em 2050 (eram 145 mil em 1999). E isso se a imortalidade não chegar antes. Portanto, prepare-se para uma vida completamente diferente. Mas não se preocupe por enquanto ­ você terá séculos para se acostumar com ela.

Transdiferenciação

Transdiferenciação é o nome usado quando uma célula já diferenciada sofre uma transgressão dessa diferenciação e torna-se um outro tipo de célula, como o exemplo de um experimento feito em que células do fígado foram induzidas a transdiferenciarem-se para células pancreáticas secretoras de insulina (células β). A transdiferenciação celular tem despertado um grande interesse pela possibilidade de sua utilização para fins terapêuticos, como sua utilização no tratamento de doenças degenerativas do sistema nervoso e do coração, além de outras como o diabetes. Assumindo que todas as células possuem o mesmo código genético, uma célula já diferenciada presumivelmente pode transdiferenciar-se para qualquer outro tipo de célula do organismo. Um fato interessante é que uma vez que a célula tenha sofrido uma transdiferenciação ela permanece transdiferenciada mesmo quando os seus fatores indutores são retirados, abrindo assim possibilidades para tratamentos terapêuticos em uma única dose. No entanto, a maioria dos mecanismos moleculares ainda não foi desvendada.

Lembra daquela água viva imortal? A Turritopsis Nutricula usa esse processo para atingir a imortalidade.  Os cientistas que estudam essa água viva acreditam que seja possível descobrir uma maneira de fazer com que nossas células consigam realizar esse processo. Ou seja, nossas células executariam a arte de fazer uma célula adulta, já especializada em determinada função, voltar a adquirir a versatilidade que tinha quando ainda era uma célula-tronco. É claro que, se não quisermos todos virar um bando de Benjamins Buttons, vai ser preciso intervir com muito cuidado num mecanismo tão fundamental da vida multicelular. Do contrário, não pararíamos de ficar “jovens” até morrer de “novice”.

Autofagia
A autofagia é um processo fundamental aos seres vivos. A partir dela, cada componente das células é renovado. Em experimentos com moscas e ratos, cientistas verificaram que estimular a autofagia faz com que haja aumento da longevidade. Assim, seria teoricamente possível manipular a duração da vida através da autofagia. E uma cientista sueca descobriu que isso poderia ser feito através de uma proteína.

O termo “autofagia” sugere a ideia de “comer a si mesmo”. Neste processo, uma membrana envolve o material celular inutilizado e se associa a um lisossomo. O lisossomo, por sua vez, quebra em moléculas menores as organelas velhas, que precisam ser substituídas.

A pesquisadora sueca Karin Håberg descobriu que existe uma proteína, chamada de SNX 18, que se liga às membranas autofágicas e pode remodelá-las. Esse papel da SNX 18 ficou provado quando ela experimentou desativar a produção da proteína pelo DNA: imediatamente após a interrupção, a atividade autofágica declinou.

Quando, ao contrário, a produção de SNX 18 foi super estimulada, o número de membranas autofágicas em ação aumentou. Com isso, conforme explica a cientista, fica evidente que a autofagia é diretamente dependente da influência dessa proteína, e futuramente poderemos regular a autofagia em animais através desse controle.

Em resumo: utilizando esse método teremos alcançado o “envelhecimento desprezível”, parecido com aqueles das tartarugas, talvez ainda não sejamos imunes ao envelhecimento, no entanto, envelheceríamos tão devagar que chegaríamos aos 900 anos tranquilamente.

Transplante de Mente para um rôbo


“Este corpo não te pertence mais”, alguém poderia lhe dizer, quando o upload de sua mente em um robô for concluído com sucesso, numa espécie de reencarnação cibernética que poderá torná-lo imortal. Maluquice? É só uma questão de deixar a imaginação fluir e seguir o raciocínio de alguns cientistas que acreditam que um dia, ainda muito distante, o transplante de mente será viável.

Já dá para perceber que fazer o upload da mente inteira para uma máquina será fichinha se comparado ao download do sistema que roda em nosso cérebro e cujas especificações ainda mal conhecemos. Se bem que este último detalhe não preocupa o americano Ray Kurzweil, um dos mais importantes teóricos do assunto. Segundo ele, não será preciso decifrar todo o funcionamento mental para poder copiá-lo. O grande desafio é a cópia em si, ou melhor, a ferramenta que dará conta de reproduzir fielmente o emaranhado dinâmico de redes neurais do cérebro humano em redes de inteligência artificial de computadores.

Uma dessas possíveis ferramentas é a ressonância magnética (RM). Não a que temos hoje, mas uma bem mais sofisticada, que revele a arquitetura neural até o nível molecular. Ela poderia ser usada de forma invasiva ou não invasiva. No primeiro caso, trata-se de um procedimento post mortem, em que fatias finíssimas do cérebro seriam escaneadas. Depois, as informações seriam integradas para a construção da rede artificial, e a mente do falecido ressuscitaria num disco rígido. O problema é que o cérebro precisa estar intacto, e ninguém sabe em que circunstâncias vai morrer. Um acidente que cause perda parcial ou total do cérebro ou uma doença neurodegenerativa das mais graves, como o mal de Alzheimer, por exemplo, poderiam arruinar os planos do candidato ao transplante.

Por isso, os métodos não invasivos devem ser preferíveis. Além do mais, com o sujeito vivo, o cérebro em ação seria escaneado, o que melhoraria a qualidade da cópia. Hans Moravec, da Universidade Carnegie Mellon (EUA), descreve uma cena desse tipo em seu livro Homens e Robôs. Você está consciente numa sala de operação e um robô, que também é um equipamento de RM, escaneia seu cérebro e ao mesmo tempo escreve o programa que é uma réplica do seu funcionamento mental (isso pode demorar algumas horas, mas o que é um tempinho desses diante da grande promessa da imortalidade?). O programa é então instalado e testado num computador. Sua mente está duplicada e o robô-cirurgião checa se você está satisfeito.

Supondo que esteja tudo certo, sua mente artificial pode ser transferida para um androide (até lá eles serão idênticos a nós, ou quase). Resta saber o que será feito de você em carne e osso. Opção 1: dispensar o corpo e curtir as delícias da imortalidade como um ciborgue. Opção 2: esperar pela morte natural para só depois usar o backup mental – neste caso, tudo o que passar por seu cérebro depois da cópia será perdido, mas isso pode trazer conflitos de identidade. Nem é preciso dizer que as implicações éticas do transplante de mente, se um dia for realizado, serão gigantescas.

Transplante de Mente para uma simulação

Ray Kurzweil também disparou para um lado literalmente perturbador: a partir do momento que tivermos a disposição a tecnologia de transferir nossas mentes para uma rede neural robôtica, teremos nas mãos a possibilidade de colocá-la para rodar em uma realidade simulada. Seu corpo ficaria em uma camara criogênica, enquanto sua mente estaria presa em uma simulação criada para parecer real, tão real que você não saberia dizer que ela é uma simulação. “Ótimo”,  alguns diriam, “posso criar a realidade perfeita e viver nela”, sim, esse é o lado bom. Porém, essas pessoas esquecem de uns pontos negativos da nossa natureza humana, a maldade. Com essa tecnologia você poderia prender uma pessoa no inferno, literalmente, pela eternidade! E o pior: você, eu e todos os demais já poderíamos estar preso em uma tecnologia como essa!

Transplante de Cabeça

Em tempos disputa por poder,os Estados unidos e Rússia disputavam também no quesito conhecimentos médicos. Determinado a provar que os seus cirurgiões eram os melhores do mundo, o Governo Americano passou a financiar o trabalho de Robert White, que se focava em uma série de cirurgias experimentais em seu centro de pesquisas cerebrais em Cleveland, buscando inovação e algo extraordinário pelo qual o mundo jamais havia imaginado. Foi então que um de seus assistentes sugeriu uma ” Troca de cabeças” ou melhor, um transplante.
O Dr. White pensou nas possibilidades, fez diversos estudos e enfim anunciou que sua experiencia iria ser executada.

O transplante ocorreu em 14 de março de 1970. White e seus assistentes levaram horas para remover cuidadosamente a cabeça de um macaco e transplantá-la para um corpo novo. Ao despertar e descobrir que seu corpo havia sido trocado, o macaco seguiu White com os olhos e e mostrou os dentes.

O animal sobreviveu um dia e meio antes de demonstrar uma serie de complicações da cirurgia. As coisas poderiam ter sido piores pra ele, no entanto. White observou que, do ponto de vista cirúrgico, teria sido mais fácil implantar a cabeça ao contrário.

O médico imaginou que se tornaria um herói, mas o público ficou extremamente chocado com a experiência. sendo rejeitado pela sociedade, White prosseguiu com uma campanha em busca de fundos para financiar a pesquisa para um transplante de cabeça humana.
“Rumores surgiram de que Dr. White havia feito outro transplante ,e que dessa vez os animais haviam sobrevivido, podendo viver por tempo indeterminado, sendo descoberto pelas autoridades e os animais sacrificados”

Ele viajou o país na companhia de Craig Vetovitz, um quase quadriplégico, voluntário para ser o primeiro a ser submetido ao procedimento,porém essa cirurgia nunca foi realizada.
Robert White morreu na cidade de Genebra em ,16 de setembro de 2010, aos 84 anos, depois de sofrer de diabetes e Câncer de próstata.

O transplante de cabeça nunca foi aceito pela Ciência por ser totalmente anti-ético. A Ciência abandonou as pesquisas – pelo menos, no que é aberto ao público – por ser um procedimento que pode trazer muitos maléficios à Humanidade. Embora o procedimento traga consigo incríveis façanhas como dar uma vida mais digna à pessoas com a saúde deteriorada – tal como é o caso de Stephen Hawking – ou mesmo, próximas da morte, dando uma nova vida e juventude ao beneficiado, os cientistas acreditam que o procedimento só possa ser realizado se utilizar um humano doador de corpo ainda vivo e em perfeitas condições de saúde, visto que a morte celular é acelerada a partir do momento da morte, não podendo assim, utilizar corpos reconstituídos de pessoas que morreram há pouco tempo por causas acidentais, muito menos, utilizar corpos de pessoas que morreram devido à doenças. Ou seja, para alguém viver mais, outra pessoa teria que morrer! Ainda bem que não conseguiram completar o procedimento….

 Injeções de substância que produzam a renovação celular atráves da Telomerase

Só acrescentar um ponto, o real limitador de nossa idade é o comprimento dos telômeros em cada cromossomo.

Existem substâncias que regeneram este comprimento como a enzima Telomerase. Nosso corpo mesmo possui esta capacidade, porém, diferente das células germinativas, a maioria das células somáticas não tem o gene da telomerase ativo, ou seja, não produzem a enzima telomerase.

Inclusive o Câncer é imortal pois produz grande quantidade desta proteína. Cada vez que uma de nossas células se divide, os cromossomos duplicados se separam e migram para ocupar as respectivas novas células, porém, ao se dividirem, cada cromossomo leva um pedado do telômero.
Cada célula pode se dividir livremente em média +- 56 vezes até o comprimento do telômero não permitir uma nova separação de cromossomos.

Se mesmo assim os cromossomos se dividirem, eles perdem o telômero, que é um marcador de final de cromossomo, e acabam por causar recombinações catastróficas como entre cromossomos diferentes ou mesmo ligações em circulo.

Este é o primeiro estágio no caminho para o cancer. Muitas destas recombinações não são viáveis, mas as que conseguirem se dividir novamente só piorarão o quadro a cada nova divisão até surgir uma mutação que seja estável e produza telômeros.

Aí teremos a divisão sem fim do mesmo tipo de célula, ou seja, o tumor. A imortalidade efetiva só será alcançada com a ativação da produção de telomerase pelo corpo ou criação de remédios que produzam este efeito em conjunto com anti-oxidantes. Recuperando as células somáticas, através de uma regeneração continua e constante, o envelhecimento acaba.

Antioxidantes são importantes sim, mas para reduzir danos ao DNA, não para aumentar a quantidade de vezes em que uma célula pode se dividir.

Clonagem
 
É a ultima etapa da imortalidade: o processo de clonagem em conjunto com os anteriores pode trazer resultados melhores do que os outros metodos apresetados aqui. Por exemplo, você poderia clonar o seu corpo, deixá-lo na reserva e quando precisasse, transplantava a sua cabeça para ele. Também poderia transferir sua mente para uma rede neural robotica, depois inseri-lá em seu novo corpo. Ou ainda, poderia aperfeiçoar seu clone, através de manipulação genetica, deixá-lo da maneira que desejasse e depois transferir sua cabeça ou mente para o corpo 2.0
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Pondo um fim nas lesões: Regeneração humana avançada



Ok, sabemos como terminar com o envelhecimento mas ainda restam as lesões! É, isso mesmo, precisariamos virar um Wolverine e, acredite ou não, já existe um caminho para alcançar esse objetivo. Os humanos regenerariam como Salamandras. Como?

Pesquisadores acreditam que os seres humanos podem regenerar tecido danificado, sem marca de cicatriz, apenas desligando um gene.
Reconstituir completamente um tecido ou mesmo brotar um novo membro no lugar de um decepado pode não ser algo que apenas ao organismo de seres mais simples como planárias e dos tritões possuem. Pelo contrário, parece que o que nos impede de ter esse poder de reconstituição é devido a algo que os seres humanos possuem a mais.

Os cientistas acreditam que um gene denominado p21 pode controlar a cura regenerativa, e ao desligá-lo, nós, seres humanos poderíamos realizar nossa própria regeneração.
Um estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere que o potencial para se curar sem cicatriz, ou até mesmo para regenerar um membro, embora de forma limitada, pode estar dormente em células humanas, mantido sob controle pelo gene p21. Um grupo de ratos de laboratório modificados geneticamente para não ter o p21 foram capazes de regenerar o tecido removido cirurgicamente até que nenhuma prova da cirurgia permanecesse.

Essa descoberta teve sua origem há mais de dez anos, durante outro experimento, quando uma equipe do The Wistar Institute liderada pela Dra. Ellen Heber-Katz percebeu que um rato havia perdido o furo feito como controle em sua orelha sem deixar marca de cicatriz.
Tentando achar uma explicação para o fenômeno, a equipe descobriu que o p21 estava particularmente inativo no animal. Inibindo o gene em outros ratos, os estudiosos conseguiram comprovar a ação do p21 no sistema de reconstituição.

Essencialmente, ao se desligar o gene p21 permite-se que as células adultas passem a se comportarem como células-tronco pluripotentes, constituindo qualquer tipo de tecido necessário.
Todavia, há um porém. O gene p21 está estreitamente ligado ao gene p53. Um regulador da divisão celular que, atuando sem controle, pode levar a vários tipos de cânceres.
O gene p21 age como um freio natural para o p53, cessando a divisão celular, no caso de danos no DNA. Dessa forma, desligar o p21 pode permitir que as células participem da cura regenerativa, contudo, ao se fazer isso corremos riscos que incluem a divisão celular desenfreada (em bom português: câncer).

Inesperadamente, todavia, nos ratos de laboratório livres da atuação do p21 não houve surto de câncer, mas sim um aumento da apoptose, ou suicídio celular, que orienta as células danificadas a se auto-destruirem.

Aparentemente, devido a atuação de algum tipo notável de controle permite as células regenerativas trabalhar, e deixa a apoptose regular a divisão celular descontrolada, de uma forma equilibrada. Esse seria exatamente o tipo de comportamento observado em criaturas que se regeneram de forma natural, como as lagartixas. Essa divisão que não sai de controle e não se torna cancerígena é também observada em embriões de mamíferos.

Ainda será preciso realizar novas pesquisas para que se obtenha alguma aplicação prática da descoberta, mas a equipe já especula a possibilidade de, um dia, desenvolvermos uma maneira de acelerar a cura em humanos ao se desativar temporariamente o p21, ou mesmo, arrumar uma maneira de controlar o p53 sem o p21, ou ainda, atingir os níveis regenerativos da salamandra sem a apoptose.

Nós já tivemos um potencial à imortal: Henrietta Lacks, o primeiro humano descoberto pela Ciência a possuir células imortais

Em setembro de 1951, Henrietta Lacks estava morrendo. Há alguns meses, a americana de 30 anos havia sido diagnosticada com um câncer no colo do útero que a minava por dentro. Negra, pobre e mãe de 5, Henrietta morava em Baltimore, no sul dos EUA, durante o período de segregação racial. Estava internada no único hospital do estado que atendia negros e não respondia mais aos tratamentos – pedaços de rádio inseridos em seu útero. O câncer de Henriettta, do tipo que normalmente dá aos pacientes uma sobrevida de 5 anos, se espalhara rápido demais. Os médicos não conseguiam entender como os tumores haviam tomado os rins, a bexiga, e boa parte dos intestinos em tão pouco tempo. No dia 4 de outubro, em meio a berros de dor, Henrietta morreu. Mas, por mais triste que seja, não foi a vida de Henrietta Lacks que fez ela estar aqui – foi sua morte que entrou para a história. Um pedaço de Henrietta sobreviveu – está vivo até hoje, aliás -, virou assunto de um livro e revolucionou a ciência do século 20.

Descendente de escravos e filha de agricultores de tabaco, Henrietta passou boa parte da infância nas plantações de fumo. Casou-se com seu amor de adolescência e sonhava em ter dezenas de filhos. No começo de 1951, no entanto, ela começou a sentir umas pontadas estranhas na barriga. Às vezes, quando ia ao banheiro, a urina estava vermelha de sangue. Henrietta já havia sido diagnosticada com sífilis, herdada dos muitos casos extraconjugais do marido, mas se recusava a fazer tratamento. Quando a dor no útero finalmente se tornou insuportável, ela aceitou ir ao hospital Johns Hopkins, em Baltimore, para ser examinada. Bastou uma olhada para que o médico encontrasse a causa dos desconfortos: um tumor no colo do útero do tamanho de uma moeda, com uma coloração arroxeada e um brilho estranho. Como era de costume, sem explicar para a paciente o que estava acontecendo, o médico retirou uma amostra do tumor para analisá-lo. O que ele não sabia, no entanto, é o que esse procedimento significaria para a história da ciência.

No mesmo hospital, mas em outra ala, funcionava o laboratório de George Gey, um médico fisiologista. Gey era um pesquisador obsessivo e tinha um grande objetivo de vida: encontrar células que sobrevivessem fora do corpo humano e pudessem ser cultivadas em laboratório. Sim, até 1951, ninguém havia conseguido isolar células. O grande desafio da medicina da época era encontrar um meio onde as células pudessem sobreviver fora do corpo. Para isso, Gey misturava os mais improváveis ingredientes: plasma de galinha, fetos de boi ou cordões umbilicais humanos. Assim, quando o médico de Henrietta apareceu com um pedaço do tumor para ser doado para o laboratório (sem o consentimento da paciente), Gey fez o que andava fazendo com todos os tecidos humanos que chegavam a seu alcance: colocou a amostra na mistura e torceu para que ela sobrevivesse. Foi aí que o inesperado aconteceu: as células começaram a se multiplicar. O tumor de uma mulher pobre e doente se transformou nas primeiras células humanas a se multiplicarem em laboratório. E mais: elas não pararam de aumentar de número até hoje – e viraram imortais.

Apenas 3 semanas depois da descoberta, enquanto Henrietta começava a se tratar do câncer, George Gey foi a um programa de televisão exibir as células imortais. “Aqui está uma criação de células cancerígenas. É com elas que vamos encontrar um fim para o câncer”, disse ele, chacoalhando um tubo de ensaio aparentemente vazio. Rapidamente, o tumor de Henrietta (cujas células acabaram apelidadas de HeLa, graças às iniciais da paciente) se tornou o fetiche da comunidade científica de todo o mundo. Gey enviou amostras para a Índia, para Nova York, para Amsterdã – e as criações de HeLa se multiplicaram. Elas começaram a ser irradiadas, cortadas e infectadas, tudo para os cientistas entenderem como o câncer funcionava. “Na época, os médicos acreditavam que o câncer poderia ser causado por um vírus e que as HeLa poderiam ajudar a identificar que vírus era esse”, diz John Masters, urologista da University College London, que estudou o legado dessas células. Os cientistas não encontraram imediatamente esse “vírus do câncer” (embora em alguns casos, como no HPV, ele de fato exista), mas as pesquisas com as células renderiam muitos outros resultados surpreendentes.

A primeira conquista das HeLa foi um dos mais importantes avanços da medicina do século 20: a vacina contra a poliomielite. A poliomielite ainda deixava milhões de crianças paralíticas na década de 1950, e foram os testes feitos com as HeLa que levaram à vacina que é usada ainda hoje. Mas não ficou por aí. As células começaram a ser usadas para desenvolver remédios contra o diabetes, a leucemia e o mal de Parkinson. Além disso, bem no meio da Guerra Fria, em plena corrida espacial, ainda não se sabia ao certo os efeitos que as radiações cósmicas teriam sobre o corpo humano. Os soviéticos não tiveram dúvida: empacotaram um lote de HeLa em um satélite e o enviou ao espaço. Os americanos, por sua vez, expunham as células à radiação de bombas atômicas para destruí-las e depois reverter os efeitos (sem sucesso).

Mas havia uma leva muito mais perigosa de estudos sendo feitos com as HeLa. Em 1955, um virologista chamado Chester Southam, do Instituto de Pesquisas para o Câncer Sloan-Kettering, ficou intrigado com a possibilidade de as células imortais transmitirem câncer para os milhares de cientistas que estavam trabalhando com elas. Para resolver esse mistério, ele resolveu injetar culturas de HeLa em cobaias – humanas. Escolheu alguns de seus pacientes de câncer e esperou as células se espalharem. Quase todos conseguiram eliminar as HeLa, menos uma mulher, que morreu de metástase. Não contente com esses resultados, Southam começou a injetar as células em prisioneiros: assassinos e ladrões que deveriam “pagar” sua dívida com a sociedade sacrificando-se pela medicina. Para a sorte do médico (e a dos prisioneiros, principalmente), todos sobreviveram. A opinião pública, que primeiro apoiou os estudos macabros de Southam, acabou horrorizada.

Outra trapalhada abalou a credibilidade das pesquisas com a HeLa. Sua maior vantagem, a facilidade de ser replicada em laboratório (cada geração de células demora apenas 24 horas para se multiplicar), acabou se transformando num tiro no pé. As HeLa estavam tão “férteis” que começaram a contaminar as outras linhagens de células que, já na década 1960, estavam sendo desenvolvidas. Bastava uma seringa mal lavada ou um jaleco usado para a contaminação acontecer. De fato, em 1966, já não se sabia mais se as descobertas feitas em culturas de células de pele, por exemplo, não estavam na verdade sendo feitas em material de HeLa. Será que todo o trabalho com células dos últimos anos teria sido em vão? Ninguém soube responder – e não sabe até hoje, aliás.

Sim, as células imortais ainda são usadas nas pesquisas atuais. Não houve grande descoberta da medicina no século 20, da clonagem ao sequenciamento genético, em que elas não estiveram ao menos com um pezinho envolvido. Estima-se que, caso se colocassem todas as HeLa que existem no mundo lado a lado, como um cobertor, elas envolveriam o planeta inteiro três vezes. Considerando que cada lote de células pode custar entre US$ 10 e US$ 10 mil, o tumor de Henrietta virou um negócio farmacêutico multi-bilionário. Nem um centavo desse lucro, no entanto, foi parar para os filhos de Henrietta. Durante quase 30 anos, eles sequer souberam que um pedaço de sua mãe estava vivo e sendo usado para pesquisas médicas. A família dela, que carrega boa parte do DNA da célula mais estudada, dissecada e observada do mundo, acabou na miséria. Vive nela até hoje, sem sequer ter plano de saúde – apesar de ter contribuído tanto para o bem da medicina.

Ok, viramos imortal, e agora?

Você poderia fazer tudo o que deseja mas acha que não vai ter tempo para realizar. Afinal, o tempo seria infinito. Você poderia ser advogado, depois pescador, astronauta e estilista. Poderia namorar muitas mulheres (ou homens. Ou os dois) e viajar com eles pelo mundo. Além disso, você não viveria a angústia de saber que todos que ama morrerão um dia.

De fato, em um primeiro momento, a perspectiva de ser imortal parece muito boa. Acontece que a morte está muito mais presente na nossa vida do que imaginamos.




“Nós nos organizamos para a morte. A partir dos 4 anos, a criança já sabe que vai morrer um dia. Sabemos que vamos perder pessoas e situações e que devemos nos preparar para isso”, diz Maria Júlia Kovács, professora de psicologia da morte da USP.

A morte está ligada à religião, à criatividade humana e à reprodução da espécie. “A vida seria um presente infinito, sem noção de futuro”, diz o físico Marcelo Gleiser, autor do livro O Fim da Terra e do Céu: o Apocalipse na Ciência e na Religião. Para ele, é o tempo finito que nos dá a necessidade de buscar algo que vá além do nosso tempo. A imortalidade, portanto, levaria todos à estagnação intelectual e cultural.

Num mundo sem envelhecimento ou doenças, a única maneira de morrer seria por traumas – acidentes de carro ou tiros, por exemplo. Continua achando que seria bom? Acompanhe algumas das conseqüências que viriam por aí.

Infinitos fragmentos: A vida seria uma sucessão interminável de eventos pouco emocionantes

Arquivo de dados

“O cérebro, como um computador, tem memória finita. Depois de mais ou menos 70 anos, ele começa a ficar bem menos eficiente”, diz o neurocientista brasileiro Sidarta Ribeiro, da Duke University (EUA). Assim, teríamos que usar fotografias ou vídeos para arquivar todas as nossas lembranças, ou inventar uma tecnologia para aumentar significativamente nossa memória.

Descanso merecido

O trabalho seria para sempre. Se parássemos, não haveria sistema de previdência que arcasse com tantos aposentados. O mais provável é que tirássemos férias longas entre uma carreira e outra. Algo como 15 anos de férias.

Família

No mundo dos imortais, só se morrerá por acidentes muito graves e que não possam ser consertados a tempo. Por isso, sua família vai crescer: você vai conviver até com seu tataravô. As famílias vão ficar enormes, até porque as pessoas terão mais casamentos. Hoje os casais brasileiros vivem 11 anos juntos, em média. Um novo casamento acontece cerca de 3 anos depois da separação. Nesse ritmo, chegaríamos aos 500 anos com uns 32 casamentos nas costas.

Cabe mais um?

Para evitar a superpopulação, teríamos que controlar os nascimentos. Alguém teria que desistir da vida para outro nascer. Isso não seria um problema, já que a vontade de ter filhos está ligada à necessidade de perpetuar a espécie. Imortais, é bem possível que o instinto maternal fosse por água abaixo

Homens sem fé

“Uma das bases da religião é a relação com a morte”, diz o psiquiatra Paulo Dalgalarrondo, da Unicamp. “Sem ela, os homens se afastariam das religiões”. A moral religiosa seria substituída por leis humanas, e as igrejas virariam museus, com valor apenas histórico

Cultura estagnada

Não haveria a ânsia existencial de criar. “O motor criativo está ligado à consciência de morte”, diz o físico Marcelo Gleiser. Além disso, as mesmas pessoas, com as mesmas idéias, estariam para sempre na terra. Se chegássemos à imortalidade em 1989, por exemplo, estaríamos dançando lambada até hoje.

Câmara de suicídio

Sem memória, filhos, religião ou cultura, o tédio tomaria conta da existência. “Muitas pessoas apelariam para o suicídio, quando batesse o cansaço de viver”, afirma Marcelo Gleiser. Ou poderiam apelar para a simulação dita anteriormente do Ray K.

E aí, o que você acha disso tudo? Comente.

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