sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O criador do Facebook, Mark Zuckerberg, e a CEO do Yahoo, Marissa Mayer, responderam ontem a críticas que afirmam que as empresas de tecnologia têm feito pouco para evitar a espionagem da NSA. Mayer afirmou que executivos dessas companhias seriam presos caso revelassem segredos do governo.
O Facebook e o Yahoo, juntamente com outras empresas tecnológicas, lutam pelo direito de poder revelar a público o número de requerimentos de quebra de sigilo que recebem de agências de espionagem americanas. As empresas são proibidas por lei de revelar a quantidade de dados que fornecem a essas agências.

Durante entrevista em uma conferência em São Francisco, Mayer foi questionada sobre o motivo pelo qual as empresas de tecnologia não decidiram simplesmente contar ao público sobre a vigilância feita pelo governo dos EUA. "Relevar informação sigilosa é crime, você é mandado para a cadeia", ela afirmou.
Zuckerberg disse que o governo fez um "péssimo trabalho" ao balancear a privacidade das pessoas e seu dever de proteger os cidadãos. "Honestamente, acho que o governo errou feio", disse.
Ele disse que após a divulgação de notícias no "The Guardian" e no "Washington Post" sobre o Prism, programa de vigilância utilizado pelo governo americano que capta dados de grandes empresas de internet, "A resposta do governo foi 'Não se preocupem, não estamos espionamos americanos.' Que ótimo: isso é muito útil para empresas que buscam servir pessoas de todo o mundo, isso realmente irá inspirar confiança nas companhias de internet americanas."

Zuckerberg também disse que o Facebook e outras empresas estão sendo bem sucedidos na busca por maior transparência. "Não estamos no fim disso. Eu gostaria que o governo fosse mais proativo em relação à comunicação. Não estamos empolgados com o fato de que tivemos que processá-lo para conseguir isso, 
mas levamos o assunto muito a sério", afirmou.

Na segunda-feira, executivos do Yahoo, Facebook, Google e outras empresas líderes no setor de tecnologia se reuniram com o grupo da inteligência e comunicações, encarregado de rever a inteligência e tecnologias de comunicação dos EUA, na esteira das revelações da NSA.
A reunião ocorreu enquanto o Yahoo e o Facebook ingressaram com ações judiciais mais uma vez para forçar a Corte de Vigilância da Inteligência Estrangeira, um tribunal secreto que supervisiona solicitações de agências de espionagem para grampear telefones e capturar e-mails, a lhes permitir a divulgar mais informações.

A Microsoft e o Google também entraram com ações na segunda-feira para forçar a Corte a revelar mais informações.

Em uma postagem em seu blog, o Google afirmou que está pedindo permissão para publicar "estatísticas detalhadas sobre os tipos (se houver) de solicitações de segurança nacional" que recebe da Corte.
"Dadas as importantes questões de políticas públicas que estão em jogo, também pedimos ao tribunal para manter sua audiência em aberto ao invés de em portas fechadas. É hora de termos mais transparência", disse o Google.

Mark Zuckerberg fala em Conferência em São Francisco; ele condenou as ações de espionagem do governo


Fonte: Folha

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